segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

ÍNDICES FISIOLÓGICOS RELACIONADOS COM A PERFORMANCE NAS PROVAS DE MEIO FUNDO

Jolmerson Carvalho1
Paulo Cesar do Nascimento1
Juliano Fernandes da Silva2
Juliano Dal pupo1
Francimara Budal Arins1
Luiz Guilherme Antonacci Guglielmo1

1Laboratório de esforço físico – LAEF; Universidade Federal de Santa Catarina.
2Universidade Federal de Alagoas.

INTRODUÇÃO: O conhecimento sobre os índices fisiológicos que interferem na performance de corrida é de extrema importância para os preparadores físicos, treinadores e atletas envolvidos com as provas de meio fundo no atletismo. OBJETIVO: O objetivo do presente trabalho foi verificar quais as variáveis fisiológicas podem explicar a performance nas provas de 800 m e 1500 m. MATERIAIS E MÉTODOS: Dez atletas (idade = 17,6 ± 1,4 anos; estatura = 171,0 ± 8,7 cm; massa corporal = 63,7 ± 10,7 kg) especialistas nas provas de 800 m e 1500 m realizaram em dias diferentes duas provas simuladas de 800 m e 1500 m (após 24 h). Na segunda visita, foi realizado um teste incremental em esteira rolante para determinar o consumo máximo de oxigênio (VO2max) e a velocidade referente ao VO2max (VVO2max) indicadores de potência aeróbia. Na terceira visita os indivíduos realizaram um protocolo de saltos com contra movimento (coutermovement jump - CMJ) em uma plataforma de força para determinar a capacidade neuromuscular. Após um período de recuperação (45 min) os sujeitos realizaram uma carga até a exaustão na intensidade referente a 100% da VVO2max para determinar o tempo limite de exaustão (Tlim) indicador de capacidade anaeróbia. Utilizou-se a análise de regressão linear múltipla stepwise para determinar quais destes índices fisiológicos estariam explicando a variação da performance. Adotou-se o nível de significância de 5%. RESULTADOS: Os resultados são apresentados na tabela 1.


Observamos que ~54% (R2 ajustado = 0,536) da variação da performance nos 800 m foi explicada pela VVO2max e que as outras variáveis não tiveram poder de predição para esta prova. Ainda, pudemos observar que ~66% (R2 ajustado = 0,663) da variação da performance da prova de 1500 m foi explicada pela VVO2max e que, ~24% foi relacionada ao VO2max. Os dois índices juntos explicaram por volta de 90% (R2 ajustado = 0,902) da variação da performance desta prova para a presente amostra. Vale ressaltar que o Tlim e o CMJ não tiveram poder de predição para o 1500 m. CONCLUSÃO: Concluímos que a potência aeróbia máxima demonstrou ser a principal responsável pelo desempenho nas provas de meio fundo, entretanto no 800 m existem outros fatores intervenientes que não foram averiguados no presente trabalho.

Um abraço a todos, fiquem com Deus e até a próxima!

domingo, 16 de novembro de 2014

O EFEITO DO EXERCÍCIO PRÉVIO NA CORRIDA DE ALTA INTENSIDADE EM JOGADORES DE FUTSAL

Paulo Cesar do Nascimento1
Anderson Santiago Teixeira1
Luiz Guilherme Antonacci Guglielmo1

1Laboratório de Esforço Físico – LAEF; Universidade Federal de Santa Catarina.


INTRODUÇÃO: O consumo de oxigênio (VO2) mensurado a nível pulmonar reflete as mudanças no metabolismo oxidativo nos tecidos ativos. Dessa forma, a análise do VO2 tem grande importância para avaliar em conjunto as capacidades cardiorrespiratórias e musculares. OBJETIVO: Este estudo buscou analisar o efeito do exercício prévio sobre a cinética de VO2 durante a corrida de alta intensidade. MATERIAIS E MÉTODOS: Participaram deste estudo 13 jogadores de futsal do sexo masculino (Idade: 22,8 ± 6,1 anos; massa corporal: 76,0 ± 10,2 kg; estatura: 178,7 ± 6,6 cm; VO2max: 58,1 ± 4,5 ml.kg.min-1) que realizaram um teste incremental máximo em esteira rolante para determinar o primeiro limiar ventilatório (LV) e o VO2 máximo (VO2max).

 Em dois dias diferentes, os indivíduos realizaram uma carga constante (2ª carga) de seis min de corrida de alta intensidade (50% da diferença entre o LV e o VO2max, 50%∆) em esteira seis min depois de uma carga idêntica (controle). O tratamento dos dados e os ajustes bi exponenciais da cinética de VO2 foram realizados no programa Origin 8.0. Os dados são apresentados em média ± desvio padrão. O nível de significância adotado foi de 5%. Foi utilizado o teste t para analisar as diferenças entre as variáveis analisadas e o teste Shapiro Wilk para verificar a normalidade dos dados (n<50 nbsp="">

RESULTADOS: Os resultados são apresentados na tabela 1. Os valores obtidos para o LV e o 50%∆ foram 11,0 ± 0,8 km.h-1 e 13,8 ± 1,0 km.h-1, respectivamente.


tp não foi significativamente mais rápido após o exercício prévio. Entretanto, o exercício prévio elevou o VO2rep e a amplitude total, diminuiu o componente lento e acelerou a resposta total da cinética de VO2 (i.e., MRT). CONCLUSÃO: Parece ter havido alterações no padrão de recrutamento de unidades motoras (um direcionamento a fibras mais eficientes – tipo I) e na fadiga muscular considerando as mudanças nas amplitudes do VO2 (e.g., CL). Porém, o consumo muscular de O2 ­parece não ter sofrido modificações visto que o exercício prévio não acelerou a constante tempo do componente primário, sendo que, os atletas da presente amostra já apresentavam valores relativamente rápidos para esta variável.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

BIOENERGÉTICA - Produção de energia e Glicólise

Quero compartilhar com vocês o conteúdo da aula que ministrei na disciplina de Adaptações Orgânicas ao Exercício. Essa disciplina é ministrada pela professora Dr. Rosane Carla Rosendo da Silva no Centro de Desportos da UFSC para a turma da 3ª fase. Neste semestre estou realizando meu estágio docência de doutorado na disciplina.

Clique no link acima e visualize toda a apresentação.







Fiquem com Deus, abraços e até a próxima.

domingo, 31 de agosto de 2014

Quais os mecanismos fisiológicos que podem explicar a performance em uma prova de 1500 m?

O conhecimento sobre os índices fisiológicos que interferem na performance de corrida é de extrema importância para os preparadores físicos, treinadores e atletas envolvidos com as provas de meio fundo no atletismo. Saber quais os fatores físicos poderá estar relacionado a um bom tempo no final da prova é uma meta de todos. Dessa forma buscamos em nosso laboratório (LAEF – laboratório de esforço físico) avaliar se diferentes variáveis fisiológicas relacionadas aos aspectos da capacidade e potência aeróbia, da capacidade anaeróbia e/ou aos aspectos neuromusculares poderiam estar explicando a performance da prova de 1500 m em 10 meio fundistas.
Estes atletas (idade = 17,6 ± 1,4 anos; massa corporal = 63,7 ± 10,7 kg) obtiveram um tempo na performance da prova simulada de 1500 m de 260,3 ± 11,9 s. Em um outro dia, visitaram nosso laboratório para realizar um teste de esforço máximo (incremental). A partir do teste pudemos determinar o consumo máximo de oxigênio (VO2max) indicador de potência aeróbia e o segundo limiar de transição fisiológica (LTF2) indicador de capacidade aeróbia destes indivíduos. Em uma segunda visita os indivíduos realizaram diferentes protocolos de saltos em uma plataforma de força (salto com contramovimento –CMJ e saltos contínuos por um período de 15 s – CJ) para determinar a capacidade neuromuscular e potência anaeróbia. Após um período de recuperação (45 min) os sujeitos realizaram uma carga até a exaustão na intensidade referente a 100% do VO2max para determinar o tempo limite de exaustão (Tlim) indicador de capacidade anaeróbia. Utilizou-se procedimentos estatísticos específicos (regressão linear múltipla stepwise) para encontrar quais destes índices fisiológicos estariam relacionados a performance da prova de 1500 m e poderiam estar explicando um percentual da mesma.

Nossos resultados estão apresentados na tabela logo abaixo.
Assim, podemos observar que ~66% da performance da prova de 1500 m foi relacionada (explicada) a velocidade referente ao VO2max. Ainda, ~24% foi relacionada ao VO2max. Os dois índices juntos explicaram por volta de 90% da variação da performance do 1500 m para nossa amostra. Vale ressaltar que a capacidade aeróbia e neuromuscular, bem como a potência e capacidade anaeróbia (pelo menos as variáveis utilizadas neste estudo) não tiveram poder de predição. Concluímos que a potência aeróbia demonstra ser (pelo menos na presente amostra) a principal responsável pelo desempenho neste tipo de prova.

Fiquem com Deus e até a próxima. Abraços.

A prática de exercícios físicos para melhorar a capacidade de trabalho.




No link logo acima vocês terão acesso a todo o conteúdo da palestra criada no Prezi. Abraços a todos e até a próxima! 

domingo, 27 de julho de 2014

Respostas fisiológicas do organismo no início do exercício de corrida

   Gostaria de compartilhar com vocês nessa postagem algumas respostas sistêmicas do sistema cardiovascular e respiratório no início do exercício de corrida. Na verdade vou buscar mostrar de uma maneira básica e introdutória alguns conceitos sobre o estudo da cinética (Estudo da velocidade e o mecanismo das reações fisiológicas e os fatores que atuam sobre elas; a análise do comportamento das curvas), ou melhor dizendo do comportamento do organismo em determinado estímulo. Vale lembrar que o comportamento do consumo de oxigênio (VO2) durante atividades físicas de diferentes magnitudes difere conforme há um aumento na intensidade de exercício (XU; RHODES, 1999) e pode apresentar uma relação curvilínea quando realizado de forma incremental, ou exponencial se obtido em velocidades constantes (DENADAI; CAPUTO, 2003). A cinética do VO2, portanto, pode ser considerada o estudo dos mecanismos fisiológicos responsáveis pela dinâmica das respostas do VO2 ao exercício e sua subsequente recuperação (JONES; POOLE, 2005).
Vamos tratar da resposta do VO2 e os ajustes cardiovascular da frequência cardíaca (FC) e respiratório da ventilação pulmonar (VE). Além disso, abordar sobre o comportamento do pulso de O2 (O2pulse) que representa o comportamento do fluxo sanguíneo e pode-se a partir desta variável fazer inferências sobre o volume sistólico, calculado pela razão entre VO2/FC (a divisão do consumo de O2 ­pelo numero de batimentos cardíacos). Observemos a figura 1 que demonstra o comportamento de todas estas variáveis nos seis primeiros minutos do exercício.


Esta figura demonstra o comportamento do VO2 em relação a FC, VE e O2pulse para um sujeito representativo. A intensidade de corrida na esteira foi no D50, ou seja, 50% da diferença entre o primeiro limiar (ventilatório) e o consumo máximo de oxigênio (VO2max), por volta de 85% do VO2max. Podemos situar esta intensidade no domínio pesado de esforço próxima ao limite superior deste. No eixo y está o percentual obtido para cada variável em relação aos seus valores máximos (obtidos em um teste incremental) que estão demonstrados no canto inferior direito da figura. No eixo x está o tempo de exercício. 
Pode-se destacar que todas estas variáveis tem um comportamento exponencial e a partir de ajustes matemáticos monoexponenciais específicos podemos calcular o tempo de resposta médio (mean response time – MRT), valores que aparecem dentro da figura em segundos. Importante ressaltar que, multiplicando o MRT por 4,6 obtemos o tempo que leva para atingir (TA) a estabilização de cada curva. Dessa forma, para o VO2 foi de 216,2 s; para a FC de 274,2 s; para a VE de 311,8 s e; para o O2pulse de 102,6 s. Destaca-se ainda, a resposta rápida do O2pulse que logo alcança uma estabilização em seus valores máximos, ou seja, o fluxo sanguíneo direciona uma oferta de O2 totalmente disponível de maneira maximizada para o exercício em menos de dois minutos. O VO2 vai encontrar um estado estável em um pouco mais do que 3 minutos e meio para este indivíduo buscando suplementar a demanda de energia através da fosforilação oxidativa (sistema aeróbio de produção de energia). A FC demora um pouco mais, pois existe um chamado “drift” da FC por causa da carga imposta a musculatura cardíaca com o aumento do débito cardíaco. A VE demora ainda mais, pois o sistema respiratório é ativado aumentado a mesma para que consiga auxiliar no sistema de tamponamento, ou seja diminuir a acidose metabólica, conduzindo o CO2 produzido para fora do organismo.
Podemos observar nas figuras seguintes a comparação do comportamento da curva de  VOcom cada uma das outras variáveis em em seus valores medidos realmente, onde fica clara a resposta de uma oferta de O2 (O2pulse) mais rápida no início do exercício com a FC e a VE trabalhando como 'suporte' para a demanda imposta de forma mais lenta a buscar uma estabilização em relação ao VOe ao O2pulse.



Por hoje era isso pessoal, até a próxima e fiquem Deus. Abraços.
Referências
DENADAI, B. S.; CAPUTO, F. Efeitos do treinamento sobre a cinética de consumo de oxigênio durante o exercício realizado nos diferentes domínios de intensidade esforço. Motriz, v. 9, n. 1, (Supl.), p. S1 – S7, 2003.
JONES, A. M.; POOLE, D. C. Introduction to oxygen uptake kinetics and historical development of the discipline. In: Jones, A. M.; Poole, D. C. (org.). Oxygen uptake kinetics in sports, exercise and medicine. 1ª ed. Abingdon: Routledge, 2005.
XU, F.; RHODES, E. C. Oxygen uptake kinetics during exercise. Sports Medicine, v. 27, n. 5, p. 313-327, 1999.







quinta-feira, 3 de julho de 2014

Perfil antropométrico e performance aeróbia e anaeróbia em jovens jogadores de futebol

RESUMO: O objetivo do presente estudo foi comparar as características antropométricas e performance aeróbia e anaeróbia de adolescentes jogadores de futebol. Para tanto, participaram deste estudo 34 jogadores da categoria infantil (INF) (idade 14,44 ± 0,55 anos, massa corporal 60,94 ± 8,51 kg, estatura 173,16 ± 8,91 cm) e 30 jogadores da categoria juvenil (JUV) (idade: 15,94 ± 0,69 anos, massa corporal 70,0 ± 9,86 kg, estatura 177,58 ± 8,24 cm). Todos os adolescentes foram submetidos a medidas antropométricas, composição corporal e somatotipo, seguido pelos seguintes protocolos de campo: teste de Carminatti (T-CAR) para avaliação da potência aeróbia máxima a partir da determinação do pico de velocidade (PV), teste anaeróbio de sprints repetidos e teste de velocidade de 10 e 30 m. Para detectar possíveis diferenças entre as categorias competitivas foi utilizado o teste t de Student para amostras independentes adotando o nível de significância de 5%. Os jogadores JUV foram mais pesados, mais altos e apresentaram maiores perímetros musculares comparado aos jogadores INF, enquanto para o somatório das dobras cutâneas não foram visualizadas diferenças. Os desempenhos nos testes aeróbios e anaeróbios analisados foram significativamente superiores para a categoria juvenil em relação à infantil. Dessa forma, podemos concluir que a idade cronológica determina as diferenças nas características antropométricas e nos desempenhos físico de jovens jogadores no meio (categoria infantil) e final (categoria juvenil) da adolescência como provável resultado do processo de crescimento e maturação biológica.
Palavras-chave: Antropometria, composição corporal, desempenho esportivo.

Anthropometric profile and aerobic and anaerobic performance in young soccer players


ABSTRACT:The aim of this study was to compare anthropometric characteristics and aerobic and anaerobic performance of adolescent soccer players. For this, young soccer players classified as under 15 - U15 (n=34; age 14.44 ± 0.55 years, body mass 60,94 ± 8,51 kg, stature 173,16 ± 8,91 cm) and under 17 - U17 (n=30; age 15.94 ± 0.69 years, body mass 70,0 ± 9,86 kg, stature 177,58 ± 8,24 cm) participated in this study. All adolescents were submitted to performed anthropometric assessments, body composition and somatotype, accompanied by the following field tests protocols: Carminatti test (T-CAR) for the evaluation of maximal aerobic power from the determination of the peak velocity (PV), repeated sprints anaerobic test (40 m RSA) and the 10 m and 30 m speed test. To detect possible differences between competitive age groups (U-17 vs. U-15) was used t test for independent samples adopting significance level of 5%. Older players (U-17) were heavier, taller and had greater muscle circumferences compared to youngest players belonging U-15 age group, while for the sum of skinfolds were not visualized differences among them. Thus, we can conclude that chronological age determines differences in morphological characteristics and motor performances (aerobic and anaerobic indicators) of young soccer players in middle (U-15) and end (U-17) of adolescence period as probable outcome of biological growth and development.

Key words: anthropometry, body composition, athletic performance.


Se você quiser ter acesso ao conteúdo completo do artigo deixe seu comentário. Fiquem com Deus. Abraços

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Identificação indireta do segundo limiar de transição fisiológica e do limite superior do domínio pesado de intensidade de exercício

Paulo Cesar do Nascimento
Anderson Santiago Teixeira
Kristopher Mendes de Souza
Luiz Guilherme A Guglielmo

INTRODUÇÃO
O máximo estado estável de lactato e a velocidade/potência crítica (VC) são as variáveis fisiológicas consideradas padrão ouro para determinação da capacidade aeróbia (Carter et al., 2002; Greco et al., 2012). Essas variáveis, segundo alguns autores, demarcam os domínios fisiológicos pesado e severo (Carter et al., 2002; Greco et al., 2012). Entretanto, para que as mesmas sejam determinadas é necessária à realização de vários testes preditivos, demandando, dessa forma, muito esforço e tempo por parte dos avaliados (Greco et al., 2012).
Nesse contexto, para simplificar a determinação destas variáveis, alguns métodos têm sido propostos a partir de um único teste incremental (Dekerle et al., 2003; Lansley et al., 2011). A determinação do segundo limiar ventilatório (LV2) é um destes métodos (Dekerle et al., 2003) e pode ser utilizado para identificar o segundo limiar de transição fisiológica (LTF). Por outro lado, como uma alternativa, alguns estudos têm investigado as respostas fisiológicas nos domínios pesado e severo a partir de intensidades determinadas por meio do método delta (Δ) (Lansley et al. 2011). O método Δ considera o consumo de oxigênio (VO2) no primeiro LTF (encontrado por meio do limiar de lactato ou do primeiro limiar vetilatório - LV1) e o consumo máximo de oxigênio (VO2max) (Lansley et al., 2011). De acordo com a literatura (Lansley et al., 2011), o limite superior do domínio pesado encontra-se no Δ50, ou seja, na intensidade de exercício correspondente a 50% da diferença entre o VO2 no primeiro LTF e o VO2max. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi analisar se existe diferença entre o Δ50 e LV2 em atletas amadores de futsal com diferentes valores de potência aeróbia máxima.

MATERIAIS E MÉTODOS
Participaram deste estudo 18 atletas amadores de futsal (idade 20,6±5,8 anos; estatura 177,6±6,2 cm; massa 73,4±9,7 kg, % de gordura 13,7±4,3 %) divididos em dois grupos: 1) potência aeróbia moderada (n= 9; VO2max = 53,62±2,51 ml.kg.min-1; PV = 17,13±1,28 km.h-1) e  2) potência aeróbia alta (n= 9; VO2max = 61,41±2,43 ml.kg.min-1; PV = 18,33±1,07 km.h-1). Todos os indivíduos realizaram um teste incremental de rampa para determinar o primeiro e o segundo limiar ventilatório (LV1 e LV2), 50 % da diferença entre o LV1 e o consumo máximo de oxigênio (VO2max) (Δ50), o VO2max e o pico de velocidade (PV). O teste de rampa em esteira (IMBRAMED) iniciou na velocidade de 6,0 km.h-1 com incrementos de 0,5 km.h-1 cada 30 s até exaustão voluntária. Os dados coletados respiração a respiração (COSMED, Quark) foram colocados em médias de 15 s. Avaliou-se o comportamento do volume de gás carbônico produzido (VCO2) plotado versus o oxigênio consumido (VO2) (método V-slope) para identificar o LV1 e, os equivalentes ventilatórios de VO2 (VE/VO2) e do CO2 (VE/VCO2) plotados versus o tempo para encontrar o LV2.


A maior média de 15 s foi considerada o VO2max. O PV foi considerado a maior velocidade atingida durante o teste. A velocidade do Δ50, identificado conforme descrito previamente, foi encontrada por meio de uma regressão linear substituindo o y da equação pelo VO2 estimado para assim obter o valor de x da velocidade.
As análises estatísticas foram realizadas no programa SPSS versão 17.0. Os dados são apresentados em média ± desvio padrão (DP). Foi utilizado o teste Shapiro Wilk para verificar a normalidade dos dados (n < 50) e o teste t de Student para amostras pareadas para verificar as possíveis diferenças entre as variáveis. Adotou-se um nível de significância de 5 %.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 1 estão apresentados os valores médios para a velocidade e VO2 correspondente ao LV2 e Δ50 acompanhado dos seus percentuais relativos ao PV e VO2max, respectivamente. 

Pode-se observar que no grupo 1 os valores absolutos e percentuais da velocidade e VO2 associados ao Δ50 foram significativamente inferiores aos valores encontrados para o LV2. Por outro lado, para o grupo 2 não foram visualizadas nenhuma diferença entre os valores associados ao Δ50 e LV2 para qualquer variável de análise.
Em comparação com o estudo de Lansley et al. (2011) nossa investigação demonstrou que o Δ50 pode ser utilizado como limite superior do domínio pesado em indivíduos com valores mais altos de potência aeróbia considerando o LV2 como indicador desse fenômeno (Dekerle et al., 2003). Porém, a utilização desse método parece dependente da aptidão aeróbia e ao contrário do que tem sido proposto por parte da literatura (Dekerle et al., 2003; Lansley et al., 2011) o Δ50 não representa o LV2 e não parece ser apropriado para identificação do LTF2 em acordo com estudo de Carter et al. (2002) que demonstrou que na corrida como modo de exercício o Δ40 seria o melhor indicador da VC e assim do LTF2.

CONCLUSÕES
Conclui-se que método do Δ50 parece ser dependente da potência aeróbia máxima e que para os indivíduos com maiores valores desta (≈ 60 ml.kg.min-1) pode ser utilizado para estimar o LV2, entretanto, não seria indicado para predição do LTF2 em sujeitos com menores valores de potência aeróbia.

AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos atletas, aos membros do LAEF pelo auxílio e a CAPES pelo apoio financeiro.

Fiquem com Deus e até a próxima!

REFERÊNCIAS
Carter H et al. Eur J Appl Physiol, 86(4):347-354, 2002.
Dekerle J et al. Eur J Appl Physiol, 89(3-4):281-288, 2003.
Greco CC et al. Appl Physiol Nutr Metab, 37(4):736-743, 2012.
Lansley KE et al. Int J Sports Med, 32(7):535-541, 2011.

domingo, 6 de abril de 2014

DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA E CAPACIDADE AERÓBIA EM JOGADORES DE FUTEBOL: IMPLICAÇÕES PRÁTICAS PARA O TREINAMENTO

Marcelo Figueiró Baldi (UFSC); Leandro Teixeira Floriano (UFSC); Paulo César do Nascimento (UFSC); Luiz Guilherme Antonacci Guglielmo (UFSC)


 

 
RESUMO
Objetivo: determinar a capacidade e potência aeróbia em jogadores universitários de futebol. Métodos: Vinte e seis jogadores universitários de futebol (idade: 22,5 ± 3,6 anos; estatura: 177,5 ± 6,3 cm; massa corporal: 72 ± 8,3 kg; %G: 10,8 ± 2,0%) foram submetidos à antropometria e teste incremental máximo em esteira rolante para a identificação das variáveis de potência aeróbia: a) consumo máximo de oxigênio (VO2max), b) menor velocidade associada ao VO2max (vVO2max), e c) frequência cardíaca máxima (FCmax); e capacidade aeróbia: d) velocidade associada ao limiar de acúmulo de lactato sanguíneo (vOBLA), e) consumo de oxigênio na vOBLA (VO2vOBLA) e f) frequência cardíaca na vOBLA (FCOBLA). Para a apresentação dos resultados, foi empregada a análise descritiva (média, desvio-padrão). Resultados: os valores médios de potência e capacidade aeróbia encontrados são semelhantes aos estudos avaliando jogadores amadores e/ou universitários e inferiores aos encontrados em atletas profissionais e de elite. Conclusão: Os dados encontrados servem como parâmetros práticos para a prescrição, monitoramento e avaliação dos efeitos do treinamento.



CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente estudo, foram apresentados valores absolutos e relativos da potência e capacidade aeróbia em atletas universitários de futebol. Estes dados servem como parâmetros práticos para a prescrição, monitoramento e avaliação dos efeitos do treinamento. Todavia, cautela deve ser empregada caso estes parâmetros sejam utilizados em atletas de outros níveis competitivos.

Quem Tiver interesse no artigo completo deixe seu recado e ficarei feliz em disponibilizar! Fiquem com Deus e até a próxima!

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Níveis de potência muscular em atletas de futebol e futsal em diferentes categorias e posições


Esse foi um trabalho em que colaborei com outros colegas dos laboratórios LAEF/BIOMEC/CDS da Universidade Federal de Santa Catarina citados acima no cabeçalho.

Para ter acesso ao artigo completo ou obter mais informações deixe seu comentário!
Fiquem com Deus e até a próxima.