quarta-feira, 7 de outubro de 2009

RELAÇÃO ENTRE ÍNDICES FISIOLÓGICOS INDICADORES DE POTÊNCIA AERÓBIA OBTIDOS NOS TESTES DE CAMPO E LABORATÓRIO EM JOGADORES DE FUTSAL

Introdução: Por ser um esporte caracterizado pela combinação de ações de grandes intensidades, intercalados com períodos de recuperação variáveis durante o tempo total da partida, o futsal sob o ponto de vista fisiológico, é uma modalidade que exige dos jogadores um tempo expressivo de sustentação na potência aeróbia máxima durante as partidas. Desta forma, a identificação de variáveis capazes de estimar a potência aeróbia dos atletas de futsal pode contribuir de forma decisiva para que a comissão técnica elabore um programa de treinamento adequado, que potencialize o desempenho da equipe. Porém, a avaliação realizada em laboratório possui elevado custo financeiro, e não atende a especificidade do esporte. Dessa forma, é crescente a utilização de metodologias indiretas para a estimativa de índices fisiológicos a partir de testes de campo. Assim, o presente estudo objetivou comparar o pico de velocidade (PV) obtido no teste incremental de corrida intermitente (TCAR) com a intensidade de exercício associada ao consumo máximo de oxigênio (IVO2max) obtida no teste incremental em esteira (TIE). Métodos: Participaram deste estudo 12 jogadores de futsal masculino da categoria sub20 (idade = 18,6±0,4 anos; estatura = 173,4±4 cm; massa corporal = 68,4±5,4 kg; gordura corporal = 13,6±3,6 %). Para mensurar a IVO2max os atletas foram submetidos ao TIE, com velocidade inicial de 9 km.h-1 e 1% de inclinação com incrementos de 1,2 km.h-1 a cada 3 min até a exaustão voluntária. O VO2max foi mensurado respiração a respiração durante todo o procedimento a partir do gás expirado pelo analisador de gases portátil COSMED (modelo K4 b2). Para determinação do PV os atletas realizaram o TCAR, constituído de multi-estágios de 90 s de duração em sistema “ida-e-volta”, com 5 repetições de 12 s de corrida, intercaladas por 6 s de caminhada. O teste iniciou com velocidade de 9,0 km·h-1 (distância inicial de 15 m) com incrementos de 0,6 km·h-1 a cada estágio até a exaustão voluntária, mediante aumentos sucessivos de 1 m a partir da distância inicial. A normalidade dos dados foi verificada por meio do teste de Shapiro-Wilk. Para determinar a correlação das variáveis VO2max e IVO2max com o PV utilizou-se a correlação linear de Pearson, adotando um nível de significância de 5%. Resultados: Os valores encontrados de PV, VO2max e IVO2max foram 16,47±1,04 km.h-1, 61,1±4,7 mL.kg.min-1 e 15,10±1,03 km.h-1, respectivamente. Observou-se correlação significativa do PV com as variáveis VO2max (r=0,71) e IVO2max (r= 0,91). Conclusões: O PV pode ser considerado um índice fisiológico capaz de predizer a potência aeróbia. Além disso, o TCAR parece ser o método mais adequado para ser utilizado nas avaliações físicas de atletas de futsal, visto a sua maior especificidade com a modalidade.

Palavras chave: futsal, potência aeróbia, prescrição de treinamento.