sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

ATIVIDADE DE TREINO: JOGO CONDICIONADO PARA DEFESA A ZONA



Como já faz algum tempo que não postei nada em relação a treinos, resolvi postar uma atividade que acho bastante interessante para o Trabalho de DEFESA A ZONA. Quero deixar aqui um exemplo bem prático para quem acompanha esse blog de uma atividade dentro da ótica do trabalho com jogos condicionados.
Até mesmo por quê nas ultimas postagens abordando didática e metodologia de trabalho vinha tratando desse assunto, e creio que este exemplo poderá clarear um pouco a questão abordada.



Esta atividade é um exemplo de jogo condicionado mais complexo, ou seja, muito próximo da ótica do jogo formal. No exemplo acima joga-se em 10 atletas contra 8 mais o goleiro. O objetivo principal da atividade é o trabalho da defesa a zona. Para isso divide-se o campo de defesa em setores (3 na horizontal e 3 na vertical, linha pontilhada). Os princípios táticos que podem ser trabalhados como objetivo do exercício são a unidade defensiva, contenção e cobertura defensiva, e os sub-princípios tais como concentração defensiva, ataque a ala da bola, dobras de marcação, entre outros. A intenção da atividade é que os atletas formem as duas linhas de quatro da maneira mais adequada possível as situações de jogo e aplicando os princípios e sub-princípios desejados. Para tal coloca-se regra de que a equipe que defende precisa estar dentro dos dois setores (dois na vertical e dois na horizontal) mais próximos do local onde está o portador da bola. 
Além disso princípios ofensivos também são trabalhados, tais como infiltração e apoio ofensivo. Ainda a equipe que defende o gol na trave normal ataca três traves pequenas (golzinhos). O objetivo é fazer a equipe entender como armar o contra-ataque e/ou transição defensiva da melhor e mais rápida maneira possível. Para isso pode-se colocar regras tais como o gol pelas laterais vale mais do que pelo meio, um certo numero de toques para chegar ao meio de campo ou um tempo determinado. 
Como é uma atividade que aborda vários aspectos deve-se ter o cuidado quanto em que momento aplica-lá no planejamento e quanto ao feedback ou correção dada aos atletas, pois é comum corrigir os aspectos que não são o objetivo principal do exercício.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

TEXTO PARA REFLETIR

Recebi um email ainda no ano passado na época de festas de uma pessoa que admiro e que conheci durante minha vida acadêmica o prof Dr. Ubirajara Oro, desculpe-me a expressão, "uma mente incrível", e como durante a temporada de verão sempre fico um tanto off, resolvi postar como primeira publicação do ano esta mensagem!
Um grande abraço ao amigo professor e mestre e espero que muitos possam refletir sobre este texto.


Minha querida Amiga, meu querido Amigo


Quando celebrar a chegada do primeiro filho de Maria e José for o motivo maior para festejarmos o Natal e também o Ano Novo, as alegrias que então sentirmos vão parecer-nos mais sublimes, porque hão de estar mais próximas da felicidade genuína, aquela felicidade que o Menino da Paz veio ensinar-nos a conseguir.

Na prática, felicidade rima melhor com paz do que com facilidade. Com efeito, a paz que Jesus apregoou aos homens, tem sede no coração universal que pulsa pelo coração do ser absoluto de Deus. E Deus é uma fonte inesgotável de felicidade. Aliás, Ele tem que ser assim, ou não seria Deus. Porém, sendo tão preciosa por ser divina, a paz feliz de Deus implica uma conquista de cada um de nós. Quero dizer que o preço das coisas, seja qual for a natureza delas, corresponderá ao seu valor respectivo, seja qual for a natureza dele.

Por isso, é justo e mesmo lógico que as coisas divinas sejam as mais caras, logo inalcançáveis via facilidade. Elas requerem o mais difícil entre todos os nossos talentos: o da autopromoção interior, que nos virá a cada passo com intenção solidária, em direção aos outros e a nós próprios, que conseguirmos dar. São passos não muito fáceis, porque contrários à nossa natureza primária que se mostra egocêntrica e comodista. Em qualquer caso, dar tais passos supõe uma decisão radicalmente solitária e necessariamente espontânea, num processo gradativo que, embora de longe, lembra aquele que o sábio suíço Jean Piaget chamava de "centrifugação do eu".

No nosso mundo dos homens, cada um de nós termina sendo avaliado e valorizado, mais por aquilo que faz do que por aquilo que é. Para os homens, portanto, a simples condição humana não basta. É preciso predicá-la, para que ela incorpore valor. Com o Jesus de Nazaré histórico e portanto humano, não há de ter sido diferente. A linda alcunha de "Príncipe da Paz" que os Seus seguidores Lhe demos, não é uma gratuidade qualquer. Ao contrário, ela traduz no seu próprio rótulo, o reconhecimento social de um mérito efetivo.


Eu creio que Jesus de Nazaré foi, dentre vários pretendentes históricos já identificados, o único homem do Seu tempo a estar capacitado para assumir a condição do Messía, ou do Xristós. Tanto na língua hebraica quanto na grega, Ele acabou sendo aclamado o "Ungido do Senhor Deus". E ungido significa ter sido escolhido e enviado ao encontro dos homens, para libertá-los e redimi-los da sua pequenez humana. Jesus ascendeu a Cristo, para trazer-nos a esperança de uma vida eterna e plena da paz celestial, que receberemos todos os que soubermos viver com boa-vontade.

Creio também, que Jesus se revela o Cristo, tanto nos Seus atos coerentes quanto nas Suas palavras de sabedoria. Para mim, terá sido bem e até mais por essa coerência na condução da Sua própria vida, que Ele convenceu tantos corações e mentes, ao longo de dois milênios de história, chegando hoje a ser notícia para dois terços dos sete bilhões de pessoas que povoam a Terra.

Aliás, Jesus passou toda a Sua vida bendita a dar, pelo exemplo praticado, o melhor testemunho que pude encontrar, da profundidade ética e da validade universal de uma simples e lacônica advertência: "As palavras movem; os exemplos arrastam!". Na verdade uma densa lição para toda a vida, essa breve advertência eu ouvi pela primeira vez ainda criança, na voz confiante e confiável da minha mãezinha, a veneranda e para mim imortal Profª Iracema Pilar Oro.

Ao longo de toda a vida de professor, vim e continuo apostando nessa lição, bem assim confiando não estar equivocado por isso. Acredito nela, com inteira sinceridade. Toda vez que a tenho presente, ela volta a remeter-me ao Cristo, a cuja pedagogia de ação e reflexão procuro referir a minha própria. Creio que o Seu exemplo de coerência rigorosa entre o proferir e o agir tem conseguido me arrastar, mesmo que aos pouquinhos, para sempre mais perto daquilo que Ele nos ensinou e recomendou.

Em todo caso, importa-me hoje menos, que essa impressão de estar sendo arrastado pelos bons exemplos do Cristo seja mera presunção ou ilusão minha. Afinal, como o homem ainda bem distante da coerência e até mesmo inconseqüente que amiúde me flagro sendo, não admito reivindicar de Deus algum direito eventual a ser arrastado na Sua direção. Importa-me muito mais, empenhar forças e consciência, para tentar por em prática as lições de condução de vida que me parecem válidas, ao prometerem conduzir a Ele. Para meu governo, o dever vem antes do direito.

Tal qual me ensinou há anos um filósofo português, de quem continuo admirando a lúcida sabedoria, a vida humana é mais um valor subjetivo do que um fato objetivo. A essa lição que recebi de Manuel Sérgio Vieira e Cunha, arrisco acrescentar aqui: um valor que é dom, por ser uma doação generosa e sem torna, de Deus a cada um de nós.

Minha querida Amiga, meu querido Amigo, Você já se perguntou alguma vez qual o motivo maior dos Seus festejos de Natal e de Ano Novo?



Prof. Dr. Ubirajara Oro