domingo, 14 de junho de 2015

RELAÇÃO ENTRE A CINÉTICA DE VO2 E A CAPACIDADE DE SPRINTS REPETIDOS EM ATLETAS DE FUTSAL

Hoje gostaria de compartilhar com vocês um novo post sobre a relação entre o comportamento da cinética de VO2 e a habilidade de repetir sprints de maneira intermitente. O trabalho que vem a seguir é uma parte do conteúdo da minha dissertação de mestrado e foi apresentado em forma de pôster no Simpósio Internacional de Atividades Fisícas do Rio de Janeiro (SIAFIS) no final de 2014.

Autores: Pablo Aguires da Silva, Daiane Wommer, Paulo Cesar do Nascimento Salvador, Luiz Guilherme Antonacci Guglielmo.
Laboratório de Esforço Físico (LAEF) - Centro de Desportos (CDS) – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

INTRODUÇÃO
A cinética do consumo de oxigênio (VO2) pode ser considerada como o estudo do comportamento do VO2  durante o exercício e reflete alterações a nível cardiorrespiratório e muscular. O futsal é um esporte com características intermitentes, com um elevado número de sprints e mudanças de sentido,  solicitando assim uma maior participação das vias anaeróbias para suplementar a demanda energética do metabolismo.

OBJETIVO
O objetivo do presente estudo foi verificar se existe relação entre os parâmetros derivados da cinética de VO2 na corrida de alta intensidade com os índices dos sprints intermitentes em atletas de futsal.

MATERIAIS E MÉTODOS
Sujeitos
                Treze  jogadores de futsal do sexo masculino (idade: 22,8 ± 6,1 anos; massa corporal: 76,0 ± 10,2 kg; estatura: 178,7 ± 6,6 cm; VO2max: 58,1 ± 4,5 ml.kg.min-1).
Procedimentos
                Os sujeitos foram submetidos a um teste incremental máximo em esteira rolante para determinação do primeiro limiar ventilatório (LV) e do consumo máximo de oxigênio (VO2max). Em dois dias diferentes, os indivíduos realizaram uma carga constante de seis minutos de alta intensidade (LV mais 50% da diferença entre o LV e o VO2max - ∆ 50) em esteira para determinar o comportamento da cinética de VO2. Em outro dia foi realizado um protocolo de sprints (6 x 40 m, 1 min de recuperação passiva), para determinar os índices anaeróbios de melhor tempo (MT); tempo total (TT), percentual de decréscimo nos sprints (Sdec), e lactato pico (LACpeak).
Tratamento estatístico
                Os ajustes matemáticos bi-exponenciais foram realizados no programa origin 8.0. Os dados foram apresentados em média e desvio padrão. O teste de Shapiro-Wilk (n < 50) foi realizado para verificar a normalidade dos dados. Foi aplicada a correlação de Pearson para avaliar a relação entre os diferentes índices relacionados a cinética de VO2 e a performance anaeróbia. Adotou-se um nível de significância de p ≤ 0,05.

RESULTADOS
O presente estudo não encontrou relação significante entre os índices obtidos no teste de sprints repetidos (MT: 9,5 ± 0,3 s; TT: 57,8 ± 1,6 s; Sdec: 1,7 ± 0,8 %; [La]peak mmol.L-1: 10,7 ± 2,2) com a constante tempo (τ: 16,0 ± 6,3) da cinética de VO2.




CONCLUSÃO

A capacidade de ajuste do sistema cardiorrespiratório e o VO2 muscular (i.e., constante tempo τ durante a corrida de alta intensidade não apresentam relação com desempenho anaeróbio, o que parece demonstrar uma baixa interferência do sistema aeróbio de produção de energia durante a realização do protocolo sprints repetidos adotado em atletas de futsal.

Fiquem com Deus e até a próxima pessoal!