terça-feira, 6 de agosto de 2013

Cinética do consumo de oxigênio após realização do exercício prévio de RSA

Essa postagem fecha a série sobre o comportamento do consumo de oxigênio, ou seja, da cinética de VO2 e principalmente sobre o efeito do exercício prévio na cinética. É provável que ainda volte a postar alguma coisa sobre cinética mas o que estou objetivando com esse post é demonstrar o efeito do exercício prévio na forma de sprints repetidos (RSA) na cinética de VO2. Assunto este que havia começado na postagem anterior.

Anteriormente vimos as características de um  protocolo de sprints intermitentes (veja as definições de sprints repetidos e intermitentes na postagem anterior) com 6 estímulos máximos de 40 m com mudanças de sentido a cada 10 m e, recuperação entre os estímulos de 60 s. Observem também nos gráficos colocados que apesar de uma exigência central (FC) alta  e é claro uma exigência forte periférica o percentual de decaimento não existe para o sujeito representativo, na verdade o ultimo sprint foi até melhor que os anteriores. O que a literatura considera na verdade é que na execução dos sprints intermitentes existe um pequeno ou inexistente decaimento de performance (índice de fadiga) (GIRARD; MENDEZ-VILLANUEVA; BISHOP, 2011).


Nas figuras apresentadas podemos observar o comportamento da cinética de VO2 em diferentes momentos para o mesmo sujeito que realizou os sprints da postagem anterior. A carga foi realizada no domínio pesado de exercício, ou seja, numa carga relativa a 50% da diferença entre o limiar aeróbio e o consumo máximo de oxigênio (VO2máx). O individuo ficou 3 min em repouso e em seguida correu por 6 min na velocidade predita (nesse caso 14,8 km/h) em um esteira rolante, e ao final ficou parado em pé na esteira por mais 6 min. Ele estava conectado a um aparelho analisador de gases para verificar o comportamento da cinética tanto durante o exercício (fase on) quanto na recuperação (fase off).
Na figura superior pode-se observar o comportamento da cinética durante 6 min de exercício (fase on) e na figura inferior observa-se o comportamento nas duas fases on e off (durante a recuperação).
Em ambas as figuras a sigla SEP significa "sem exercício prévio", ou seja, uma primeira carga realizada no domínio pesado representada pelas bolinhas pretas. Os triângulos vermelhos representam uma carga realizada na mesma intensidade 6 min após a realização do protocolo de sprints intermitentes descrito anteriormente.

Podemos ver claramente que pra esse indivíduo especificamente o comportamento da cinética de VO2 foi mais rápida após a realização do exercício prévio de sprints. Ainda pode-se notar que a amplitude do componente fundamental foi maior e a amplitude do componente lento foi menor após os sprints. Quanto a fase off durante a recuperação não é visível diferenças nesse caso.

POR HOJE ERA ISSO, ABRAÇOS E FIQUEM COM DEUS. ATÉ A PROXÍMA! 


GIRARD, O.; MENDEZ-VILLANUEVA, A.; BISHOP, D. Repeated-sprint ability – part 1: factors contributing to fatigue. Sports Medicine, v. 41, n. 8, p. 673 -694, 2011.