sexta-feira, 27 de abril de 2012

Artigo: Exercise intensity and technical demands of small-sided games in young brazilian soccer players: effect of number of players, maturation, and reliability

Autores: Cristiano D. da Silva, Franco M. Impellizzeri, Antônio J. Natali, Jorge R.P. de Lima, Maurício G.B. Filho, Emerson S. Garcia, João C.B. Marins

O objetivo do artigo em questão foi 1) analisar em jovens jogadores o efeito da variação do numero de jogadores na intensidade do exercício (IE) e nas ações técnicas durante os jogos reduzidos (JR), 2) examinar a reprodutibilidade da IE e das ações técnicas, e 3) a influência da maturação dos jogadores na IE e nos envolvimentos com bola (EB).

Os jogos reduzidos são um método de treinamento efetivo para aprimorar a capacidade específica do futebol. É um tipo de treinamento eficiente para melhorar tanto a resistência em testes de campo específicos do futebol (aeróbios como o yo-yo 20m ou TCAR, e os anaeróbios como o RAST, Bangsboo 34,5m, Baker et al. 40m e o RSA de Rampinini et al.), assim como, os parâmetros fisiológicos obtidos em testes laboratoriais, volume máximo de oxigênio – Vo2max, e os limiares anaeróbios (OBLA, LAn,etc), já comprovado na literatura científica.

Os chamados small sided-games ou como se padronizou chamar os jogos reduzidos, nada mais são que jogos realizados em espaços menores que o formal, com um menor numero de jogadores envolvidos; e com a utilização ou não de goleiros, limitação do numero de toques na bola e o encorajamento por parte da comissão técnica. Esta metodologia já demonstrou ser capaz de atingir a IE necessária para melhorar a endurance no futebol, que segundo os autores fica próxima de 90% da FC máxima, como proposto por Helgerud et al. (2001).

Participaram do estudo 16 jogadores de futebol da categoria sub15 (13,5 anos) que competiam na federação mineira de futebol – CBF. Os atletas treinavam 3 vezes por semana 90 minutos por sessão, e competiam um jogo por final de semana (70 min). Os mesmos tinham em média 3 anos de experiência de treinamento sistematizado e estavam durante o período competitivo durante a realização do estudo.

Foram realizados jogos reduzidos de 3x3, 4x4 e 5x5, em uma mesma dimensão de 30x30 metros, sem goleiro e com uma trave pequena (1,2x0,8 m), toques na bola livre e pra valer o gol era necessário que todos os jogadores estivessem na metade ofensiva do campo, houve encorajamento verbal por parte dos treinadores e a bola era reposta imediatamente ao sair. Aplicou-se 3 séries de 4 min com 3 min de recuperação entre as séries em duas sessões de diferentes dias.

Os principais resultados do estudo foram que o 3x3 foi mais intenso (89,8% FCmax) comparado com o 5x5 (86,9% FCmax). A primeira série foi menos intensa (86,8% FCmax) que a segunda (89,1% FCmax)  e a terceira (89,4% FCmax). Houve mais ações de drible e chute a gol nos jogos de 3x3. Não foram encontradas correlações entre o nível maturacional e a IE e as ações técnicas em nenhum dos modelos de jogos.

As IE de exercício encontradas na investigação são próximas das encontradas para jogadores adultos nos JR. Essa metodologia tem demonstrado ser efetiva para induzir adaptações positivas no desempenho aeróbio e na performance física durante uma partida. Os treinadores podem alternar o numero de jogadores envolvidos para variar a IE nos JR e uma maior intensidade é observada quando há um numero menor de atletas nas mesmas dimensões de campo. As ações técnicas parecem não variar independente do modelo de JRs adotado. Por fim, os profissionais envolvidos com a modalidade poderão realizar alterações nos tipos de JR conforme os objetivos e o planejamento tendo uma IE assegurada para alcançar os devidos aprimoramentos. 

Da Silva, CD, Impelizzeri, FM, Natali, AJ,de Lima, JRP, Bara-Filho, MG, Silami-Garcia, E, Marins, JCB. Exercise intensity and technical demands of small-sided games in young Brazilian soccer players: effect of number of players, maturation, and reliability. J Strength Cond Res 25(X): 000–000, 2011.


Para obter a versão completa do artigo em pdf, deixe seu comentário!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

NÍVEIS DE POTÊNCIA MUSCULAR EM ATLETAS DE FUTEBOL E FUTSAL EM DIFERENTES CATEGORIAS E POSIÇÕES

Estou colocando a disposição dos interessados um artigo recente do qual sou co-autor sobre níveis de potência muscular no futebol e futsal. Na postagem está o resumo e um link para acessar a versão completa. Dúvidas, sugestões ou mais informações sobre a publicação deixe seu comentário.

Resumo

Este estudo objetivou identificar a potência de membros inferiores em jogadores de futebol e futsal, comparando o counter movement jump (CMJ) entre as modalidades, as posições adotadas e as categorias. Participaram 61 atletas de futebol das categorias Sub17, Sub20 e profissional e 28 de futsal das categorias Sub20 e profissional. Utilizou-se uma plataforma de força Quattro Jump do tipo piezoelétrica. Foi utilizada estatística descritiva, teste “t” de Student e análise de variância a p≤0,05. Não foi reportada diferença significativa no CMJ entre os atletas de futebol e futsal (p= 0,85). Entre as posições adotadas pelos jogadores de futebol encontrou-se diferença significativa (p= 0,02) apenas entre os centrais e os médios. Nos atletas de futsal não foi verificada diferença significativa entre as posições (p= 0,69). Quando comparadas as categorias também não foram constatadas diferenças significativas, tanto no futebol (p= 0,12) quanto no futsal (p= 0,47). Pode-se concluir que os atletas de futebol e futsal parecem apresentar níveis semelhantes de potência muscular. Os centrais apresentaram maiores níveis de potência quando comparados aos médios, porém no futsal os atletas apresentaram níveis similares de potência. Independente da categoria, tanto os atletas de futebol quanto de futsal, apresentaram níveis semelhantes de potência muscular.


Autores:
Juliano Fernandes da Silva, Daniele Detanico, Leandro Teixeira Floriano, Naiandra Dittrich, Paulo Cesar  do Nascimento, Saray Giovana dos Santos, Luiz Guilherme Antonacci Guglielmo


terça-feira, 3 de abril de 2012

RESENHA de Artigo: Respostas fisiológicas durante o exercício contínuo e intermitente: implicações para a avaliação e a prescrição do treinamento aeróbio


Trata-se de um artigo de revisão que aborda a questão do treinamento intervalado máximo, supramáximo e submáximo. O objetivo do estudo foi revisar as respostas fisiológicas agudas ao exercício durante estas diferentes intensidades. Para o exercício máximo e supra-máximo a referência é a intensidade onde é encontrado o máximo volume de consumo de oxigênio (IVo2máx), sendo que, o máximo é a 100% dessa intensidade e o supra-máximo acima de 100%. Ainda o exercício intermitente submáximo, com intensidades próximas a máxima fase estável de lactato (MLSS).

A relação volume versus intensidade também é abordada e discutida quanto as três categorias citadas acima. Outro aspecto é a utilização da recuperação ativa ou passiva dependente da intensidade na qual o exercício é realizado. Ainda, na recuperação ativa pode-se individualizar a intensidade da mesma utilizando uma porcentagem do tempo de exaustão (Tlim). Além disso, a individualização das intensidades utilizando o Tlim pode ser uma maneira apropriada de manter o individuo se exercitando próximo do Vo2máx nas sessões de alta intensidade.

  Durante o exercício intervalado acima de 100% da IVo2máx a recuperação passiva permite alcançar maiores intensidades durante as séries. A recuperação ativa pode ser mais interessante em repetições mais longas, pois permite melhor remoção do lactato sanguíneo e maior tempo próximo ao Vo2máx. No treinamento intervalado submáximo a relação entre a duração das repetições e a intensidade ainda permanece, ou seja, em repetições mais longas a intensidade é menor e, em repetições mais curtas a intensidade atingida pode ser maior. No entanto, os dois tipos de recuperação podem ser utilizados, pois não interferem na intensidade que pode ser mantida nestas condições.

Assim, este estudo traz uma importante contribuição para que os preparadores físicos e profissionais envolvidos com o esporte possam compreender melhor as nuances do treinamento intervalado.

Autores: Ricardo Dantas de Lucas

Benedito Sérgio Denadai

Camila Coelho Greco

Obs: Quem quiser uma cópia do artigo original deixe um comentário com o endereço de email e eu envio um pdf, ou poderá realizar uma busca na rede pois a versão PDF é disponibilizada pela revista.