domingo, 25 de outubro de 2015

Maximal power output during incremental cycling test is dependent on the curvature constant of the power-time relationship

Caros amigos seguidores do blog, hoje quero compartilhar com vocês uma das minhas publicações recentes como co-autor sobre a potência máxima atingida durante um teste incremental em cicloergômetro. Este artigo foi publicado na Applied Physiology Nutrition and Metabolism (Appl. Physiol. Nutr. Metab. 40: 895–898, 2015) no final de agosto e os autores foram os seguintes:

 Kristopher Mendes de Souza, Ricardo Dantas de Lucas, Paulo Cesar do Nascimento Salvador, Luiz Guilherme Antonacci Guglielmo, Renato Aparecido Corrêa Caritá, Camila Coelho Greco e Benedito Sérgio Denadai.

Abstract
            The aim of this study was to investigate whether the maximal power output (Pmax) during an incremental test (INC) was dependent on the curvature constant (W’) of the power-time relationship. Thirty healthy male individuals (VO2max = 3.58 ± 0.40 L.min-1) completed a series of five experiments in different days consisting of: (1) a ramp incremental cycling test to determine the VO2max and Pmax and; (2) four constant-load tests at different work rates for estimation of two parameters from the modeling of the power–duration relationship (i.e., critical power - CP and W’). Afterwards, participants were ranked according to their W’ to form a high W’ group (HIGH) and a low W’ group (LOW). VO2max (3.84 ± 0.50 vs. 3.49 ± 0.37 L.min-1) and CP (213 ± 22 vs. 200 ± 29 W) were not significantly different between HIGH and LOW, respectively. However, Pmax was significantly greater for the HIGH (337 ± 23 W) than for the LOW (299 ± 40W). Thus, in physically active individuals with similar aerobic parameters, W’ influences the Pmax during INC.


Key words: exercise performance, cycling, endurance, fatigue, critical power, ramp incremental test.

Quem tiver interesse no artigo na íntegra deixe seu comentário! Obrigado por estarem sempre seguindo este blog, fiquem com Deus e até a próxima!

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

SKELETAL MATURATION AND AEROBIC PERFORMANCE IN YOUNG SOCCER PLAYERS FROM PROFESSIONAL ACADEMIES

Quero com esta postagem apresentar para vocês um recente trabalho publicado pelo nosso grupo de pesquisa (LAEF/CNPQ/UFSC) em conjunto com os professores Manuel J. Coelho-e-Silva e João Valente-dos-Santos da Universidade de Coimbra e, o professor Robert M. Malina da Universidade de Austin, Texas. O trabalho encontra-se publicado na International Journal Sports Medicine (https://www.thieme-connect.com/DOI/DOI?10.1055/s-0035-1549922).

Anderson S. Teixeira1, João Valente-dos-Santos2, Manuel J. Coelho-e-Silva2, Robert M. Malina3, Juliano Fernandes-da-Silva1, Paulo C. do Nascimento Salvador1, Ricardo Dantas-de-Lucas1, Monica C. Wayhs1, Luiz G. A. Guglielmo1

1 Sports Center, Federal University of Santa Catarina, Physical effort Laboratory, Florianópolis, Brazil; 2 Faculty of Sport Sciences and Physical Education, University of Coimbra, Coimbra, Portugal; 3 Department of Kinesiology and Health Education, University of Texas at Austin, Austin, Texas

ABSTRACT

The present study evaluated age- and maturity-associated variation in body size, proportions and estimated body composition and a new soccer-specific aerobic fitness protocol labeled the Carminatti Test. The contribution of chronological age, skeletal age (Fels method) and body size to variance in peak velocity derived from the Carminatti Test was examined in three competitive age groups of Brazilian male soccer players: 10-11 years (U-12, n=15), 12-13 years (U-14, n=54) and 14-15 years (U-16, n=23). Body size and soccer-specific aerobic fitness were measured. Body composition was predicted from skinfolds. Analysis of variance and covariance (controlling for chronological age) were used to compare soccer players by age group and by skeletal maturity status within of each age group, respectively. Relative skeletal age (skeletal age minus chronological age), body size, estimated fat-free mass and performance on the Carminatti Test increased significantly with age. Carminatti Test performance did not differ among players of contrasting skeletal maturity status in the three age groups. Results of multiple linear regressions indicated fat mass (negative) and chronological age (positive) were significant predictors of peak velocity derived from the Carminatti Test, whereas skeletal age was not a significant predictor.  In conclusion, the Carminatti Test appears to be a potentially interesting field protocol to assess intermittent endurance running capacity in youth soccer programs since it is independent of biological maturity status.



Key-words:
Adolescence, field testing, intermittent exercise, skeletal age, young athletes.

Um grande abraço, fiquem com Deus e até a próxima.

domingo, 19 de julho de 2015

RELAÇÃO ENTRE A CINÉTICA DE VO2 E A CAPACIDADE DE SPRINTS REPETIDOS EM ATLETAS DE FUTSAL continuação

Nos esportes coletivos, nesse caso especificamente o futsal, sprints e habilidade de realizar estes repetidamente (repeated-sprint ability - RSA) são um dos principais fatores de performance física. O desempenho em testes de RSA requer a maior velocidade durante o primeiro sprint e a manutenção desta nas repetições subsequentes (DUPONT et al., 2010). Podem ser definidos dois tipos de RSA, os exercícios de sprints intermitentes (IRS) podem ser caracterizados por esforços de curta duração (≤ 10 s) intercalados por períodos de recuperação com tempo suficiente (60-300 s) para alcançar uma recuperação completa da performance de sprint. Em comparação os exercícios de sprints repetidos (RSE) também são caracterizados por esforços de curta duração (≤ 10 s), porém com períodos breves de recuperação (≤ 60 s). A maior diferença é que nos sprints intermitentes existe um pequeno ou nenhum percentual de decréscimo nos sprints (Sdec), enquanto que nos sprints repetidos é possível identificar um alto Sdec (GIRARD; MENDEZ-VILLANUEVA; BISHOP, 2011). Além disso, a performance na RSA é determinada pela capacidade aeróbia (OBLA), potência aeróbia máxima (VO2max) e a potência anaeróbia (DA SILVA; GUGLIELMO; BISHOP, 2010).
Alguns estudos têm demonstrado correlação significante entre o consumo máximo de oxigênio (VO2max) e a RSA em atletas de futebol (BISHOP; SPENCER, 2004; DUPONT et al., 2005; DA SILVA; GUGLIELMO; BISHOP, 2010). Entretanto, este assunto ainda é controverso com alguns autores não encontrando relações significativas entre o VO2max e a capacidade de repetir sprints (BISHOP; LAWRENCE; SPENCER, 2003; CASTAGNA et al., 2007; AZIZ et al., 2007). Estas diferenças nos resultados podem derivar do protocolo escolhido, e mais especificamente do numero e duração dos sprints, duração ou intensidade da recuperação (DUPONT et al., 2010).
Tomlin e Wenger (2001) sugerem que um elevado consumo de O2 durante os sprints resulta numa menor utilização da glicólise anaeróbia e uma melhor manutenção da força. Assim um rápido ajuste do VO2 no início do exercício, ou seja, uma cinética acelerada poderá direcionar a uma maior contribuição da fosforilação oxidativa e um menor déficit de O2Ainda são poucos os estudos disponíveis na literatura que se propuseram investigar a relação da cinética de VO2 com a RSA em atletas de esportes coletivos. Entre estes, destaca-se o estudo de Dupont et al. (2005) que avaliou 11 atletas de futebol com o objetivo de analisar a cinética on do VO2 realizada em exercício de intensidade moderada (60 % da máxima velocidade aeróbia) e encontrou relação do Sdec e do tempo total (TT) no teste de sprints repetidos (15 x 40 m, 25 s de recuperação ativa) com a constante tempo (t) da fase fundamental. Estes mesmos pesquisadores em um estudo posterior encontraram relação da t  na resposta off do VO2 em exercício severo (120 % da máxima velocidade aeróbia) com o Sdec ­no teste RSA (7 x 30 m, 20 s de recuperação ativa) em doze jogadores de futebol (DUPONT et al., 2010).



Além disso, Rampinini et al. (2009) realizaram um estudo utilizando um protocolo de cinética com características idênticas ao de Dupont et al. (2005) e demonstraram correlações significantes entre a constante  t na fase fundamental com o tempo médio (TM) e o Sdec em um teste RSA com atributos que podem gerar uma maior acidose metabólica (6 x 40 m, 20 s de recuperação passiva) em 23 jogadores profissionais de futebol. Assim, pode-se sugerir que os indivíduos que possuem ajustes mais rápidos do VO2 alcançando um fornecimento de energia predominantemente através do metabolismo oxidativo e diminuindo o déficit de O2 teriam uma melhor performance de RSA. Entretanto, alguns questionamentos quanto a este assunto ainda persistem e ainda não está clara a relação da RSA com a cinética de consumo de oxigênio.

Fiquem Com Deus e até a próxima!

AZIZ, A. R.; MUKHERJEE, S.; CHIA, M. Y.; THE, K. C. Relationship between measured maximal oxygen uptake and aerobic endurance performance with running repeated sprint ability in young elite soccer players. Journal Sports Medicine Physical Fitness, v. 47, n. 4, p. 401–407, 2007.
BISHOP, D.; LAWRENCE, S.; SPENCER, M. Predictors of repeated-sprint ability in elite female hockey players. Journal Science Medicine Sport, v. 6, n. 2, p.199–209, 2003.
BISHOP, D.; LAWRENCE, S.; SPENCER, M. Predictors of repeated-sprint ability in elite female hockey players. Journal Science Medicine Sport, v. 6, n. 2, p.199–209, 2003.
CASTAGNA, C.; MANZI, V.; D’OTTAVIO, S.; ANNINO, G.; PADUA, E.; BISHOP, D. Relation between maximal aerobic power and the ability to repeat sprints in young basketball players. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 21, n. 4, p. 1172–1176, 2007.
DA SILVA, J. F.; GUGLIELMO, L. G. A.; BISHOP, D. Relationship between different measures of aerobic fitness and repeated-sprint ability in elite soccer players. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 24, n. 8, p. 2115–2121, 2010.
DUPONT, G.; MILLET, G. P.; GUINHOUYA, C.; BERTHOIN, S. Relationship between oxygen uptake kinetics and performance in repeated running sprints. European Journal Applied Physiology, v. 95, n. 1, p. 27–34, 2005.
DUPONT, G.; MCCALL, A.; PRIEUR, F.; MILLET, G. P.; BERTHOIN, S. Faster oxygen uptake kinetics during recovery is related to better repeated sprinting ability. European Journal Applied Physiology, v. 110, n. 3, p. 627–634, 2010.
GIRARD, O.; MENDEZ-VILLANUEVA, A.; BISHOP, D. Repeated-sprint ability – part 1: factors contributing to fatigue. Sports Medicine, v. 41, n. 8, p. 673 -694, 2011.
RAMPININI, E.; SASSI, R.; MORELLI, A.; MAZZONI, S.; FANCHINI, M.; COUTTS, A. J. Repeated-sprint ability in professional and amateur soccer players. Applied Physiology Nutrition Metabolism, v.34, n.6, p.1048-54, 2009.
TOMLIN, D. L.; WENGER, H. A. The relationship between aerobic fitness and recovery from high intensity intermittent exercise. Sports Medicine, v. 31, n. 1, p. 1 – 11, 2001.

  

domingo, 14 de junho de 2015

RELAÇÃO ENTRE A CINÉTICA DE VO2 E A CAPACIDADE DE SPRINTS REPETIDOS EM ATLETAS DE FUTSAL

Hoje gostaria de compartilhar com vocês um novo post sobre a relação entre o comportamento da cinética de VO2 e a habilidade de repetir sprints de maneira intermitente. O trabalho que vem a seguir é uma parte do conteúdo da minha dissertação de mestrado e foi apresentado em forma de pôster no Simpósio Internacional de Atividades Fisícas do Rio de Janeiro (SIAFIS) no final de 2014.

Autores: Pablo Aguires da Silva, Daiane Wommer, Paulo Cesar do Nascimento Salvador, Luiz Guilherme Antonacci Guglielmo.
Laboratório de Esforço Físico (LAEF) - Centro de Desportos (CDS) – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

INTRODUÇÃO
A cinética do consumo de oxigênio (VO2) pode ser considerada como o estudo do comportamento do VO2  durante o exercício e reflete alterações a nível cardiorrespiratório e muscular. O futsal é um esporte com características intermitentes, com um elevado número de sprints e mudanças de sentido,  solicitando assim uma maior participação das vias anaeróbias para suplementar a demanda energética do metabolismo.

OBJETIVO
O objetivo do presente estudo foi verificar se existe relação entre os parâmetros derivados da cinética de VO2 na corrida de alta intensidade com os índices dos sprints intermitentes em atletas de futsal.

MATERIAIS E MÉTODOS
Sujeitos
                Treze  jogadores de futsal do sexo masculino (idade: 22,8 ± 6,1 anos; massa corporal: 76,0 ± 10,2 kg; estatura: 178,7 ± 6,6 cm; VO2max: 58,1 ± 4,5 ml.kg.min-1).
Procedimentos
                Os sujeitos foram submetidos a um teste incremental máximo em esteira rolante para determinação do primeiro limiar ventilatório (LV) e do consumo máximo de oxigênio (VO2max). Em dois dias diferentes, os indivíduos realizaram uma carga constante de seis minutos de alta intensidade (LV mais 50% da diferença entre o LV e o VO2max - ∆ 50) em esteira para determinar o comportamento da cinética de VO2. Em outro dia foi realizado um protocolo de sprints (6 x 40 m, 1 min de recuperação passiva), para determinar os índices anaeróbios de melhor tempo (MT); tempo total (TT), percentual de decréscimo nos sprints (Sdec), e lactato pico (LACpeak).
Tratamento estatístico
                Os ajustes matemáticos bi-exponenciais foram realizados no programa origin 8.0. Os dados foram apresentados em média e desvio padrão. O teste de Shapiro-Wilk (n < 50) foi realizado para verificar a normalidade dos dados. Foi aplicada a correlação de Pearson para avaliar a relação entre os diferentes índices relacionados a cinética de VO2 e a performance anaeróbia. Adotou-se um nível de significância de p ≤ 0,05.

RESULTADOS
O presente estudo não encontrou relação significante entre os índices obtidos no teste de sprints repetidos (MT: 9,5 ± 0,3 s; TT: 57,8 ± 1,6 s; Sdec: 1,7 ± 0,8 %; [La]peak mmol.L-1: 10,7 ± 2,2) com a constante tempo (τ: 16,0 ± 6,3) da cinética de VO2.




CONCLUSÃO

A capacidade de ajuste do sistema cardiorrespiratório e o VO2 muscular (i.e., constante tempo τ durante a corrida de alta intensidade não apresentam relação com desempenho anaeróbio, o que parece demonstrar uma baixa interferência do sistema aeróbio de produção de energia durante a realização do protocolo sprints repetidos adotado em atletas de futsal.

Fiquem com Deus e até a próxima pessoal!

domingo, 10 de maio de 2015

Treinamento de sprints repetidos no futsal - continuação

Para dar continuação a postagem anterior sobre o artigo que foi publicado demonstrando o efeito do treinamento de RSA no futsal resolvi trazer nessa postagem uma introdução teórica sobre o assunto.
Quem tiver interesse em discutir ou ler material que aprofunde sobre a temática deixe seu comentário!

O futsal se distingue por uma sucessão de movimentos de máxima velocidade em espaços reduzidos (5 a 10 m) o que faz com que as ações de jogo tenham que ser executadas da forma rápida, para que as estratégias estabelecidas pelas equipes se convertam em elementos fundamentais do rendimento global da equipe (MEDINA et al., 2002).
Segundo Bompa (2002), o treinamento físico no futsal deve ser baseado na realização de exercícios físicos específicos da modalidade, visto que os mesmos resultarão em modificações anatômicas e fisiológicas que se relacionam as necessidades da mesma.
Estudos recentes verificaram que o treinamento de sprints de curta duração (5 a 30 s), além de produzir melhoras na habilidade de repetir séries de exercício em intensidades relativas ao sistema anaeróbio, proporciona o desenvolvimento do metabolismo aeróbio (DAWSON et al., 1998; MACDOUGALL et al., 1998; ORTENBLAD et al., 2000; BURGOMASTER et al., 2005). Diversas pesquisas que analisaram a aplicação do treinamento na RSA com alto volume de sprints, observaram que houve o aprimoramento tanto da capacidade quanto da potência aeróbia (LINOSSIER et al. 1997; DAWSON et al., 1998; MACDOUGALL et al., 1998; RODAS et al., 2000).
Segundo Ortiz et al. (2003), a inclusão de uma a duas sessões de treinamento intervalado de alta intensidade durante períodos de quatro semanas são eficientes para melhora de índices fisiológicos relativos à performance aeróbia (VO2max, vVO2max e EC). Corroborando estes achados, Impellizzeri et al. (2006) demonstraram que, após o mesmo período de treinamento intervalado de corrida realizado antes do início da temporada competitiva com jogadores de futebol, os valores de VO2max e OBLA aumentaram em 7 %. Helgerud et al. (2001), também observaram que a utilização de um treinamento intervalado de alta intensidade (90 a 95% da FCmax) duas vezes na semana proporcionou melhoras na capacidade aeróbia de atletas de futebol no final de 16 sessões.
 Bravo et al. (2008) ao realizarem um treinamento de RSA (3 séries de seis sprints de 40 m com 20 s de recuperação entre eles e 4 min entre as séries) em jogadores de futebol, verificaram que após sete semanas houve melhora na capacidade e potência aeróbia, na resistência específica do futebol mensurada no teste Yo-Yo Intermittent Recovery Test (KRUSTRUP et al., 2003) e na habilidade de realizar sprints repetidos no teste RSA.
O baixo volume de treinamento requerido na RSA, proposto por Bravo et al. (2008), providencia uma estratégia de tempo eficiente para induzir adaptações aeróbias, visto que o desenvolvimento na resistência específica do futebol, possivelmente, foram provocadas pelas melhoras específicas na habilidade de mudança de sentido dos atletas (YOUNG; MCDOWELL; SCARLETT, 2001; LAKOMY; HAYDON, 2004). Além disso, Lakomy e Haydon (2004) sugerem que na RSA a contração muscular requerida para aceleração e desaceleração da massa corporal pode ser benéfica para melhoras na potência muscular e para habilidade de mudança de sentido.

De acordo com Bompa (2002) as intensidades, os volumes e o tempo de recuperação propostos na RSA estão de acordo com a metodologia para a prescrição do treinamento da capacidade anaeróbia. Weineck (1994) afirma que é possível realizar uma importante quantidade de trabalho com cargas intensas, obtendo um impacto relativamente baixo sobre o sistema cardiorrespiratório, através da introdução de breves períodos de exercício e repouso adequadamente distribuídos. Dessa forma, o treinamento na RSA parece ser uma estratégia eficiente para desenvolver os índices fisiológicos específicos do futsal.

Fiquem com Deus e até a próxima!

terça-feira, 31 de março de 2015

Effects of four weeks of repeated sprint training on physiological indices in futsal players

Paulo Cesar do Nascimento,1 Ricardo Dantas De Lucas,1 Juliano Dal Pupo,2 Francimara Budal Arins,1 Luiz Guilherme Antonacci Guglielmo, 1 Carlo Castagna3

The aim of this study was to investigate the effects of short repeated-sprint ability (RSA) training on the neuromuscular and physiological indices in U17 futsal players during the competitive period. Fourteen players were divided into two groups: intervention group (n = 8) and control group (n = 6). Both groups performed a repeated maximal sprint test (40-m MST), intermittent shuttle-running test (Carminatti’s test) and vertical jumps before and after the training period. The intervention group was submitted to an additional four-week repeated sprints program, twice a week, while the control group maintained their normal training routine. There was no significant interaction between time and groups for all variables analysed (p > 0.05). However, a significant main effect was observed for time (p < 0.01) indicating an increase on speed at heart rate deflection point (VHRDP) and the continuous jump performance while the peak lactate (40m-LACpeak) and sprint decrement decreased after training, in both groups.  Still, based on effect sizes (ES) the greater changes with practical relevance were verified for intervention group in important variables such as peak velocity (ES = 0,71), VHRDP (ES = 0,83) and 40m-LACpeak (ES = 1,00). This study showed that RSA-based and normal training routine are equally effective in producing changes in the analysed variables during a short period of intervention. However, the effect size suggests that four weeks of RSA training would be a minimum time that could induce the first changes of futsal player’s physical fitness.

Key words: Aerobic capacity; Blood lactate; Repeated-sprint ability; Team sports; Competitive period.







O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos do treinamento de sprints repetidos (RSA) nos índices fisiológicos e neuromusculares em atletas de futsal sub17 durante a temporada competitiva. Quatorze jogadores foram divididos em dois grupos: grupo intervenção (n = 8) e controle (n = 6). Ambos os grupos desempenharam testes de sprints máximos repetidos (40-m MST), teste de corrida intermitente (teste de Carminatti) e saltos verticais antes e depois do período de treinamento. O grupo intervenção foi submetido a um programa adicional de quatro semanas de RSA, duas vezes por semana, enquanto o grupo controle manteve a rotina normal de treinos. Não houve interação significante entre tempo e grupo para todas as variáveis analisadas (p > 0.05). Entretanto, um efeito principal significante foi observado para o tempo (p < 0.01), indicando um aumento na velocidade do ponto de deflexão da frequência cárdica (VHRDP) e na performance do salto contínuo, bem como, diminuição no pico de lactato (40m-LACpeak) e no decréscimo dos sprints após o treinamento em ambos os grupos. Ainda, baseado no effect size (ES), maiores mudanças com relevância prática foram verificadas para o grupo intervenção em importantes variáveis tais como: pico de velocidade (ES = 0,71) VHRDP (ES = 0,83) e 40m-LACpeak (ES = 1,00). Este estudo demonstrou que o treinamento de RSA e a rotina normal de treinos são igualmente efetivos em produzir mudanças nas variáveis analisadas durante um curto período de intervenção. Porém, o effect size sugere que quatro semanas de treinamento de RSA pode ser um tempo mínimo para que ocorram as primeiras alterações no desempenho físico de atletas de futsal.

Palavras chave: Capacidade aeróbia; lactato sanguíneo; sprints repetidos; esportes coletivos; período competitivo.

Obs. Quem quiser a versão final completa deste trabalho deixe seu cometário que disponibilizarei! Fiquem com Deus e até a próxima.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

EFFECTS OF PRIOR EXERCISE ABOVE CRITICAL POWER ON MUSCLE FATIGUE

Na postagem do blog esse mês vou demonstrar um trabalho feito pelo nosso grupo de pesquisa (LAEF/CNPq - CDS/UFSC) que foi apresentado no último congresso internacional do Colégio Europeu de Ciências do Esporte - European College of Sport Science.

Helal, LCAS.1, Souza, KM.1, de Lucas, RD.1, Nascimento, PC.1, Guglielmo, LGA.1, Denadai, BS.2

1UFSC (Florianópolis, Santa Catarina, Brazil), 2UNESP (Rio Claro, São Paulo, Brazil)

Introduction
The physiological nature of anaerobic work capacity (AWC) has received little consideration in comparison to critical power (CP). Therefore, the aim of this study was to analyze the influence of prior exercise performed at different work rates above CP (with the same AWC rate depletion) on muscle fatigue during a subsequent isokinetic cycling sprint.

Methods
Fifteen healthy male subjects (mean ± SD; age, 26.0 ± 3.5 years; weight, 76.6 ± 10.4 kg; height, 178.2 ± 7.6 cm) volunteered to participate in this study. Each subject performed the following testing stages: 1) a ramp incremental test (25 W/min) to measure maximal oxygen uptake (VO2max) and maximal power output (Pmax); 2) a 5-s all-out isokinetic sprint test at 120-rpm to measure cycling peak torque in control condition (TCON); 3) four constant work rate tests performed to exhaustion (over a range of times between 2 and 12 min) for CP and AWC determination; and 4) two constant work rate tests, each at work rate set to deplete 70% AWC (the time integral of the work rate above CP consuming 70% of AWC) either 3-min or 10-min, followed immediately by a 5-s all-out isokinetic sprint test at 120-rpm to measure cycling peak torque in the experimental conditions (TEXP3min and TEXP10min). Peak torque was considered as the average of the peak torque for each leg in all conditions. For comparisons, one-way repeated measure ANOVA followed by Bonferroni’s paired t-test was used. The level of significance was set at p < 0.05.
Figure 1. Schematic illustration of the experimental tests. A) 5 s all-out isokinetic exercise performed immediately after the fatiguing exercise set to deplete 70% W’ in 3 min. B) 5 s all-out isokinetic exercise performed immediately after the fatiguing exercise set to deplete 70% W’ in 10 min.

Results
The VO2max and Pmax were 3.71 ± 0.49 L.min-1 and 322 ± 26 W, respectively. The CP and AWC were 207 ± 17 W (r2 = 0.99 ± 0.01; SEE = 3.9 ± 2.7 W; 64.3 ± 2.7% Pmax) and 21.3 ± 4.2 kJ, respectively. The constant work rate tests, which were set to deplete 70% AWC (14.9 ± 3.0 kJ) in 3 min and 10 min, were performed at 289 ± 25 W (89.8 ± 2.9% Pmax) and 231 ± 19 W (71.9 ± 2.2% Pmax), respectively. TEXP3min (108.4 ± 19.8 Nm) and TEXP10min (112.1 ± 23.0 Nm) decreased significantly (F = 19,68; p < 0,001) in the same magnitude (p  = 0,46) in comparison to TCON (135.5 ± 20.2 Nm).


Discussion
The result of the present study is consistent with the idea that AWC is depleted at a rate that bears some proportionality to the magnitude of the work rate requirement above CP (Fukuba et al., 2003; Jones et al., 2010). We conclude that prior exercise above CP produces a similar level of muscle fatigue independent of the work rate performed when AWC is depleted at the same rate.

References
Fukuba Y, Miura A, Endo M, Kan A, Yanagawa K, Whipp BJ (2003). Med Sci Sports Exerc, 35 (8), 1413-1418.