quinta-feira, 19 de maio de 2011

ÍNDICES FISIOLÓGICOS E NEUROMUSCULARES ASSOCIADOS À CAPACIDADE DE SPRINTS REPETIDOS EM JOGADORES UNIVERSITÁRIOS DE FUTEBOL


INTRODUÇÃO
Recentemente, muita atenção tem sido dada aos mecanismos fisiológicos determinantes da fadiga da capacidade de sprints repetidos (CSR) em atletas de futebol. Entretanto, pouco se sabe, ainda, sobre a relação da CSR com índices neuromusculares (de potência muscular) e, principalmente, no que se refere à especificidade dos protocolos de avaliação destes últimos.

OBJETIVO
Verificar a associação entre índices fisiológicos de aptidão física (VO2max, vVO2max, vOBLA e Lacmax) e neuromusculares de potência muscular (SJ, CMJ e SH) com a CSR em atletas de futebol.

METODOLOGIA
Vinte e seis atletas de futebol (tabela 1) realizaram os seguintes protocolos: a) testes de saltos verticais: squat jump (SJ) e salto contra movimento (CMJ); b) salto horizontal (SH); c) teste incremental máximo em esteira rolante para a identificação das variáveis de potência (VO2max e vVO2max) e capacidade aeróbia (vOBLA); e d) teste de CSR de Rampinini et al., (2007) para a identificação do melhor tempo (MT), tempo médio (TM), percentual de diminuição da performance (PD) e capacidade anaeróbia lática (Lacmax).


Para a análise estatística, foram utilizados o teste de Shapiro-Wilk, correlação linear de Pearson e a escala modificada de Hopkins (2002) para classificar  o grau de associação (trivial, small, moderate, large, very large, nearly perfect and perfect) entre as variáveis fisiológicas e neuromusculares com a CSR. Foi adotado p ≤ 0,05 em todas as análises.

RESULTADOS
Entre os índices fisiológicos, verificou-se uma correlação moderada da vOBLA com o TM (r = -0,44; p < 0,05) e do Lacmax com o PD (r = 0,47; p < 0,05) (tabela 2). Entre os índices neuromusculares, verificou-se uma correlação muito alta do SH com o MT (r = -0,73; p < 0,01) e alta do SH com o TM (r = -0,69; p < 0,01) e do CMJ com o MT e TM (r = -0,54 e r = -0,62; p < 0,01), respectivamente (tabela 2).



CONCLUSÃO
Os resultados do presente estudo demonstram que, em jogadores universitários de futebol, a CSR está mais associada aos índices neuromusculares de potência muscular (SH e CMJ) do que aos índices fisiológicos de aptidão física (VO2max, vVO2max, vOBLA e Lacmax). Além disso, o protocolo de SH parece ser o mais específico em relação a predição do desempenho de CSR. Estes resultados sugerem que para melhorar a CSR, em jogadores de futebol treinados, maior ênfase deve ser dada ao treinamento de força e potência muscular.

Este trabalho foi fruto da monografia do meu amigo e colega de trabalho Marcelo Baldi,  formado em Educação Física na UFSC e atual preparador físico da categoria sub 15 do Avaí FC. O resumo aqui postado foi publicado anteriormente e o TCC na íntegra  está em fase de preparação para ser publicado como artigo. 
Para entrar em contato com o Marcelo, enviar email para marcelo_baldi@hotmail.com

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