sexta-feira, 18 de novembro de 2011

História para refletir: Por que o treinamento no futebol segue o mesmo modelo de sempre?


Texto de Alcides Scaglia. Publicado no Universidade do Futebol.

Certa vez recebi pela internet uma história interessante, que me permite até hoje utilizá-la em aulas e palestras para construir analogias sobre o universo do futebol, mostrando de forma mais didática as mazelas advindas de uma concepção metodológica mecanicista.
 A história relata uma hipotética experiência com macacos, quando um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No meio da jaula, uma escada e sobre ela um cacho de bananas.
 Quando um macaco subia na escada para pegar as bananas, os cientistas jogavam um jato de água fria nos que estavam no chão. E isto se repetiu várias vezes.
 Depois de certo tempo, compreendendo a ação e reação, quando um macaco ia subir à escada, os outros o pegavam e o enchiam de pancadas, pois ninguém queria mais levar uma ducha de água fria. Com mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.

Então, na segunda fase da pesquisa, os cientistas substituíram um dos macacos por um novo. A primeira coisa que o novato fez foi, logicamente, subir a escada. Mas foi imediatamente retirado dela pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo também não subia mais na escada. 
 Na terceira fase do experimento, um segundo macaco foi substituído e o mesmo ocorreu, contudo o mais entusiasta espancador do segundo novato fora o primeiro macaco substituto (como que reforçando aquele pensamento ingênuo e alienado - para me valer de um eufemismo - dos estudantes universitários de segundo ano, quando ainda no século XXI aplicam trotes nos ingressantes).  
 Nas fases seguintes, um terceiro macaco foi trocado e a mesma cena se repetiu. Um quarto, e afinal, o último dos veteranos foi substituído.
 Os cientistas então, na última fase do experimento, ficaram com um grupo de cinco macacos que mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naqueles que tentassem pegar as bananas.
 Logo, se fosse possível perguntar a algum deles porque eles batiam em quem tentasse subir à escada, com certeza a resposta seria: “Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui”.
 Agora, vamos às possíveis analogias, pense comigo: Será que é possível trocar os macacos por jogadores, a jaula pela concentração, os cientistas por alguns treinadores e a experiência pelos treinamentos?
 Quantos jogadores de futebol que treinaram esta semana sabem por que os treinos foram assim?
 Por que os jogadores adquirem determinadas atitudes padrão frente a certas situações? Como que por osmose.
 Qual motivo leva um jogador a ser indolente? A ter preguiça de pensar?
 Poderíamos dizer qual a razão de um jogador de futebol achar que estudar não é importante? Ou então que a escola não lhe prepara para ser um jogador de futebol.
 Claramente, a história nos inquieta e nos leva à reflexão sobre as nossas atitudes. Será que eu sei o motivo de eu ser uma pessoa assim ou assado? Ou seja, tenho plena consciência sobre minhas ações e reações?
 Infelizmente, o método tecnicista/mecanicista utiliza exatamente destes subterfúgios, para fazer com seus atletas possam ser controlados, robotizados, automatizados, transformando seres humanos em mortos-vivos.
 Na verdade esta experiência comportamental, que reproduz o protocolo Pavlovniano, demonstra como é possível desenvolver o que os behavioristas chamam de reflexo condicionante.
 Uma vez condicionados, reverter este processo não é simples, pois a condição reflexa não exige a reflexão. Logo, acostuma-se a não precisar pensar. Tudo já foi pensado. E se antigamente era assim, deve permanecer para todo o sempre.
 Agora, acrescente esta discussão sobre condicionamento ao fato dos profissionais envolvidos com o futebol acreditarem piamente que são os melhores do mundo e ponto final.
 O resultado é: não faça nada diferente se você quiser entrar e/ou sobreviver neste meio. Nada que assustem aqueles que até sabem que podem tomar uma ducha de água gelada (estes são piores que os que repetem ações sem saber que poderiam levar um banho gelado), e também aqueles repetidores da frase: “Ah! Não sei. Mas sempre foi assim.”
 Por isso, não ouse no Brasil dar treino em um período, será tachado de técnico indolente, mesmo que a ciência dê sustentação e segurança para fazê-los.
 Não cometa a heresia de exigir que o jogador seja inteligente para jogar futebol. Muito menos diga que você tem conhecimento para ensinar futebol (estou falando sim, em ensinar a jogar bem futebol, formar um craque, extremamente inteligente). Será motivo de chacota. Irão ironicamente chamá-lo de Deus, pois é responsabilidade Dele distribuir o dom para ser jogador de futebol.
 Ou então, sendo mais objetivo, nunca diga: “O futebol deve ser administrado por profissionais capacitados e qualificados (não apenas amantes do jogo)”; “Dirigente não pode ser passional”; “Os clubes maiores do Brasil precisam parar de ter mentalidade de clube formador (para o bem e sobrevivência de nosso futebol, além de garantia de desenvolvimento sustentável)”...
 Enfim, são muitas as frases e pensamentos no futebol que podem lhe valer uma boa ducha de água gelada.
 Macacos se condicionam; seres humanos ingênuos e que não aprenderam a pensar se condicionam; contudo, pessoas críticas, ousadas, inteligentes e com visão de futuro, não se deixam levar pelos condicionamentos operantes e violentos existentes em nossa sociedade como um todo, e especialmente no universo do futebol.
 Estes não têm medo de uma ducha gelada. Não são reprimidos pelos outros, mesmo que ao longo de processo precisem a todo o momento se defender corporal e verbalmente.
 O prazer em comer a banana é muito melhor que a sensação aprisionante e resignada de ver o alimento e não ter a coragem de subir a escada.
 Nota: Infelizmente, como o mundo virtual é ainda uma terra, basicamente, sem lei, a história chegou sem autor, mas com certeza alguém a escreveu, então, que as “águas virtuais” da web lhe seja mensageira de meus agradecimentos pela oportunidade de aprendizado que esta história me trouxe e traz toda vez a releio.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

JOGOS REDUZIDOS NO FUTSAL


Apesar de sua popularidade mundial e status competitivo existem poucos estudos que analisaram a performance no futsal (BARBERO ÁLVAREZ; ANDRÍN; MÉNDEZ-VILLANUEVA, 2005; BARBERO ÁLVAREZ et al., 2008). 
Por ser um esporte caracterizado pela combinação de ações de elevadas intensidades, intercaladas com períodos de recuperação variáveis durante o período de jogo (40 minutos cronometrados), o futsal é uma modalidade que depende tanto de variáveis relacionadas ao metabolismo aeróbio quanto anaeróbio (MEDINA et al., 2002; BARBERO ÁLVAREZ et al., 2008).
Cada vez mais, os profissionais da área têm procurado alternativas para aprimorar e especificar a prescrição e o controle do treinamento na modalidade a fim de acompanhar a evolução dos aspectos físicos e táticos da modalidade. Nos esportes coletivos de características intermitentes, existe uma tendência a buscar métodos que possam aprimorar as capacidades físicas juntamente com as qualidades técnicas e táticas a partir do método global (MUTTI, 2003). Nesse contexto, os jogos reduzidos aparecem como uma proposta interessante de treinamento para o aprimoramento da performance de jogadores de futsal (BANGSBO, 1994; DRUST; REILLY, 2000; IMPELIZZERI et al., 2006; HILL-HAAS et al., 2011).
Apesar da constatação da importância que aplicação de jogos reduzidos possuí para o aprimoramento da performance de atletas de modalidades intermitentes, ainda não há na literatura científica estudos que analisaram o efeito desse modelo de treinamento no futsal.
Sabe-se que na prática muitos dos profissionais envolvidos com o futsal utilizam a metodologia dos jogos reduzidos na busca de mesclar o treinamento físico com o técnico-tático, porém não há conhecimento de estudos que explanaram a efetividade deste método para aprimorar as capacidades físicas do esporte.

BANGSBO, J. Fitness training in football – A scientific approach. Baegsvard: H+O Storm, 1994.
BARBERO ÁLVAREZ, J. C.; ANDRÍN, G.; MÉNDEZ-VILLANUEVA, A. Futsalspecific endurance assessment of competitive players. Journal of Sports Sciences, v. 23, p. 1279–1281, 2005.
BARBERO ÁLVAREZ, J. C.; SOTO, V. M.; BARBERO ÁLVAREZ, V.; GRANDA-VERA, J. Match analysis and heart rate of futsal players during competition. Journal of Sports Sciences, v.26, n. 1, p.63-73, 2008.
DRUST, B.; REILLY, T.; CABLE, N. T. Physiological responses to laboratory based soccer-specific intermittent and continuous exercise. Journal of Sports Science, v. 18, p. 885-892, 2000.
HILL, D. W.; WILLIAMS, C. S; BURT, S. E.  Responses to exercise at 92 % and 100 % of the velocity associated with VO2max.  International Journal Sports Medicine, v.18, p.325-329, 1997.
IMPELLIZZERI, F. M.; MARCORA, S. M.; CASTAGNA, C.; REILLY, T.; SASSI, A.; IAIA, F. M.; RAMPININI E. Physiological and performance effects of  generic versus specific aerobic training in soccer players. International Journal Sports Medicine, v.27, n. 6, p.483–492, 2006.
MEDINA, J. V.; SALILLAS, L. G.; VIRÓN, P. C.; MARQUETA, P. M. Necesidades cardiovasculares y metabólicas Del fútbol sala: análisis de La competición. Apunts Educación Física y Deportes, v.67, p.45-51, 2002.
MUTTI, D. Futsal: Da iniciação ao alto nível. 2 ed. São Paulo: Phorte editora, 2003.


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

TREINAMENTO A PARTIR DE JOGOS REDUZIDOS


O treinamento no modelo de jogos reduzidos pode alcançar uma intensidade de exercício adequada para melhorar tanto o condicionamento específico de modalidades intermitentes (testes de campo), como variáveis aeróbias, assim como o VO2max e os limiares de transição fisiológica (DA SILVA et al., 2011). 
Alguns estudos encontrados na literatura científica investigaram métodos específicos a partir de jogos reduzidos no futebol e os efeitos nas qualidades físicas da modalidade (DRUST; REILLY, 2000; REILLY; GILBOURNE, 2003; IMPELIZZERI et al., 2006). 
Impelizzeri et al. (2006) compararam o efeito do treinamento de jogos reduzidos com  o modelo de corrida intervalada de alta intensidade (4 séries de 4 minutos a 90 % a 95 % da FCmáx com recuperação ativa de 3 minutos para ambos os métodos), duas vezes por semana em jogadores adolescentes de futebol. Este trabalho demonstrou que o treinamento no modelo de jogos reduzidos realizado nessa intensidade da FCmáx (90% a 95%)  proporcionou melhoras na capacidade e potência aeróbia dos atletas de forma similar ao método de corrida intervalada. Dessa forma, constata-se que é possível encontrar faixas de intensidades de esforço durante os jogos reduzidos que possibilitem o treinamento nos diferentes domínios fisiológicos (moderado, pesado e severo), para melhorar o condicionamento aeróbio e a performance dos atletas (BANGSBO, 1994; DRUST; REILLY, 2000; REILLY; GILBOURNE, 2003; HILL-HAAS et al., 2011).
Adicionalmente, com a utilização desse método as habilidades técnicas e táticas são envolvidas e treinadas em condições similares dos jogos, ou seja, um treinamento específico do esporte que promove uma efetiva transferência ao ambiente competitivo (BANGSBO, 1994; HILL-HAAS et al., 2011). Assim, a preparação física deve ser baseada na realização de exercícios específicos da modalidade, visto que os mesmos resultarão em modificações anatômicas e fisiológicas que se relacionam as necessidades da mesma (DA SILVA et al., 2011). 
Por fim, esse tipo de treinamento parece ser uma alternativa eficiente para aprimorar a performance aeróbia em esportes coletivos, ativando grupos musculares que são requeridos durante os jogos (IMPELIZZERI et al., 2006), tendo benefícios tais como: reproduzir as demandas de movimentação, intensidade fisiológica e a técnica requerida para jogar uma partida (HILL-HAAS et al., 2011; DA SILVA et al., 2011).

Referências

BANGSBO, J. Fitness training in football – A scientific approach. Baegsvard: H+O Storm, 1994.

DA SILVA, C. D.; IMPELLIZZERI, F. M.; NATALI, A. J.; DE LIMA, J. R. P.; BARA-FILHO, M. G.; SILAMI-GARCIA, E.; MARINS, J. C. B. Exercise intensity and technical demands of small-sided games in young Brazilian soccer players: effect of number of players, maturation, and reliability. Journal of Strength Condition Research, 2011, in press.

DRUST, B.; REILLY, T.; CABLE, N. T. Physiological responses to laboratory based soccer-specific intermittent and continuous exercise. Journal of Sports Science, v. 18, p. 885-892, 2000.

HILL-HAAS, S. V.; DAWSON, B.; IMPELLIZZERI, F. M.; COUTTS, A. Physiology of Small-Sided Games:Training in Football. Sports Medicine, v.41, n. 3, p.199 – 220, 2011.

IMPELLIZZERI, F. M.; MARCORA, S. M.; CASTAGNA, C.; REILLY, T.; SASSI, A.; IAIA, F. M.; RAMPININI E. Physiological and performance effects of  generic versus specific aerobic training in soccer players. International Journal Sports Medicine, v.27, n. 6, p.483–492, 2006.

REILLY, T.; GILBOURNE, D. Science and football: a review of applied research in the football codes. Journal of Sports Science, v. 21, p. 693-705, 2003.









terça-feira, 4 de outubro de 2011

RETRATAÇÃO

Depois de um consideravel tempo sem postar nada, volto a publicar um pedido de desculpas que já deveria ter feito, mas por falta de tempo ainda não tinha escrito.
Na verdade, o motivo maior dessa postagem é dar os créditos ao professor Luis Esteves pelo programa que vinha usando nas minhas publicações e no artigo recente que saiu na Universidade do futebol.


O 'software' utilizado para ilustrar com as figuras as atividades que postei foi criado e produzido pelo professor Luis Esteves e, por falha minha, que deveria ter já dito isso anteriormente, mas confesso que realmente e de maneira inocente esqueci de fazer isso.


Bom o referido 'software' é o  Gerenciador L.A.FuTeBoLL que é uma seqüência de planilhas interconectadas, com funções previstas para a utilização pessoal de treinadores de futebol. As planilhas são travadas por senha, proibindo modificações no layout da planilha, porém esta senha vai juntamente com o produto, e a modificação fica a cargo do responsável.


Dessa forma vinha utilizando o gerenciador da maneira que achava melhor, e deixo aqui minhas sinceras desculpas ao professor.


Um abraço a todos.


Até a próxima

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A progressão estrutural como metodologia de ensino - Aplicação dos princípios táticos de jogo com a utilização deste método


A progressão estrutural é uma nova tendência de treinamento ainda não muito conhecida, mas que já é utilizada por parte dos treinadores. Basicamente, consiste em progredir os exercícios que iniciam com um número reduzido de elementos e variáveis, aumentando sua complexidade no decorrer da sessão de treino e do planejamento.
Para Souza e Greco (1999) nos jogos esportivos coletivos, a grande complexidade e a variabilidade de situações de jogo podem apresentar-se como um obstáculo de difícil superação para aqueles que não conseguem perceber os elementos nelas presentes, bem como suas inter-relações. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi propor um método como alternativa para essa problemática, e assim discutir sobre novos meios de ensino dos princípios táticos de jogo.
Há alguns autores que abordam sobre a progressão estrutural e existe uma tendência dentro dos que são adeptos da periodização tática a trabalhar com esta metodologia, mesmo de forma indireta. Ainda assim, não está totalmente claro como e de que maneira essa forma de trabalho deve ou será utilizada.
Citam-se alguns autores que nos últimos tempos tratam do assunto, tais como Javier Sampedro em seu livro fútbol sala – las acciones del juego, Jesus Velasco Tejada e Javier Lorente na publicação fútbol: entrenamiento base em fútbol sala; e Antonio Cruz Cárdenes, com o livro Fútbol: análisis Del juego.
A progressão estrutural nada mais é que diminuir os elementos (número de jogadores) e as variáveis (tamanho do campo, regras da atividade, etc) envolvidos na atividade, e ir introduzindo estes conforme a complexidade do jogo vai surgindo como objetivo. Ou seja, planejam-se atividades que começam sem oposição (1x0, 2x0, 3x0, etc) e depois coloca-se oposição em igualdade numérica ou superioridade numérica (1x1, 2x2, 2x1, 3x1, 4x2, etc).
Vale lembrar que o número de elementos envolvidos deve progredir do menor para o maior até o jogo formal (11x11, no caso do futebol). Isso é importante, pois quanto maior o número de elementos, mais difícil será a aprendizagem e assimilação dos princípios de jogo. Dessa forma, como o objetivo do micro ou macro será tais princípios, o inicio das atividades com um número menor de elementos facilitará a aquisição do que foi objetivado.
Assim também deve ser feito quanto às variáveis que interferem na aplicação do jogo, por exemplo, o espaço reduzido juntamente com o menor número de atletas realizando a atividade (ex: 2x2, 10 m quadrados) irá proporcionar um maior contato com a bola para cada individuo, fazendo com que cada um possa ter a oportunidade de aplicar os princípios objetivados mais vezes. Praticantes de esportes coletivos de um modo em geral e, especialmente, iniciantes, costumam ter dificuldades maiores no que diz respeito aos processos perceptivos, tanto no aprendizado da técnica, quanto do próprio jogo (SOUZA; GRECO, 1999).
Ainda, Souza e Greco (1999) abordam a progressão estrutural, a qual chamam de metodologia situacional sugerida para o treinamento tático, a qual facilita a melhoria desses processos. Oliva apud Cárdenes (1999) afirma que o jogador de futebol vivencia, em relação ao espaço, o maior território de interação individual por jogador com respeito aos jogadores de outros esportes coletivos. Assim, Cárdenes (1999) aconselha começar por uma planificação limitada do jogo, buscando reduzir inicialmente as decisões com o fim de favorecer uma chegada mais eficaz e menos aleatória à complexidade final do 11x11.
Esse autor define o que aqui metodologicamente chamamos de progressão estrutural como micro sociedades. Defende que estas são uma terapia corretora, que consiste na planificação e administração de fundamentos teóricos e exercícios progressivos. Ainda, Cárdenes (1999) diz que para ensinar a ter uma alta porcentagem de eficácia na tomada de decisões, o técnico de futebol deve desenvolver as interações que se produzem entre as micro sociedades do grupo que afetam o rendimento no terreno de jogo.
Baquete (2011) ao abordar sobre a utilização dos jogos reduzidos, afirma que esta metodologia nada mais é do que jogos com dimensões menores e com menos jogadores que o jogo formal, similarmente a progressão estrutural. Ainda diz que, nesse processo, todas as atividades têm ligação entre si e o grau de complexidade das mesmas aumentará conforme a evolução do jogar da equipe. Os jogos devem obedecer a uma sequência processual.
Este artigo na íntegra foi publicado no site do Universidade do Futebol (http://www.universidadedofutebol.com.br), para quem tiver interesse em saber mais sobre o assunto e/ou fazer a leitura completa do assunto abordado favor procurar no site citado pelo título do artigo.
Um grande abraço

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Unidade de treino – Movimentação ofensiva básica para Iniciação no esquema 1- 4-3-3


Quero com esse breve artigo colocar alguns exemplos de atividades para uma unidade de treino específica, nesse caso, iniciação ao esquema 1 - 4 - 3 - 3. Torna-se preciso observar alguns aspectos importantes, o assunto que será abordado a seguir foi ministrado em um determinado momento do planejamento, no qual, começamos a introduzir os atletas da categoria sub 13 ao esquema supracitado. Torna-se necessário ressaltar que se trata de movimentações relativamente simples, mas no nosso ponto de vista indispensável para o trabalho com o grupo referido.
Dessa forma, como vínhamos trabalhando a partir do esquema 1 - 4 - 4 - 2, optamos  por iniciar o trabalho no novo esquema com dois volantes e um meia centralizado. É claro que, os exemplos que colocarei a seguir poderão servir como modelo (principalmente a metodologia utilizada, ex: progressão estrutural e nível de complexidade) se adaptados os pontos relativos a cada realidade específica.

MOMENTO 1



Nesse primeiro momento a atividade inicia sem oposição com as duas linhas de 3 posicionadas de maneira estratégica (a saber volantes e meias, pontas e atacante). Criaremos algumas situações, principalmente com o objetivo de fazer com que os volantes realizem passagens e criem dessa forma outras dinâmicas de movimentação. Nessa primeira figura observamos que após uma circulação de bola entre as duas linhas (lado esquerdo), um dos volantes (cone vermelho) vai passar a bola ao meia, esse por sua vez passa ao atacante (cone verde) que faz a triangulação com o volante que aproximou para receber.
Outra dinâmica sugerida (lado direito), após a circulação de bola como anteriormente, o volante realiza o passe ao meia, enquanto este passa ao ponta, nesse meio tempo o volante busca fazer uma passagem pela lateral para receber na frente.

MOMENTO 2

outra dinâmica de movimentação sugerida poderia ser (conforme a segunda figura) a bola do volante (cone vermelho) passada ao ponta (cone amarelo) que faz o passe ao meia, enquanto o volante realiza a infiltração para receber na frente.
OBSERVAÇÃO: Importante ressaltar que, estas atividades devem ser feitas buscando um ritmo próximo do real, ou seja, do jogo. No caso da idade referida, a participação do treinador instruindo, motivando e cobrando o foco no que esta sendo feito, torna-se importantíssima. Outros fatores que necessitam de um cuidado maior são: circulação de bola (para que os atletas aprendam o momento que deve ser feita a transição) e a movimentação sem bola dos jogadores que estão fora do centro efetivo de jogo (ex: infiltração na área, colocação na zona de “sobra de bola” e coberturas).

MOMENTO 3

Por último, coloca-se progressivamente a oposição (conforme a terceira figura). Pode-se começar com uma marcação totalmente passiva, ou em nosso caso, uma marcação semi-ativa (começa a marcar a partir de determinado momento), por exemplo: depois da realização da dinâmica de movimentação treinada anteriormente (setas amarelas), e por fim, marcação ativa. Em um primeiro momento, sugiro um exercício em 6 x 4 + goleiro, pois assim faremos um trabalho de duas linhas de 3 contra uma linha de 4 defensores (zagueiros e laterais). Depois podemos aumentar a complexidade do exercício acrescentando mais um volante ao grupo que defende (boneco verde).
Concluindo, fizemos uma atividade com progressão estrutural, partindo de sem oposição para oposição semi-ativa e ativa e com maior numero de elementos (jogadores). Bem como progredimos no nível de complexidade e dificuldade da unidade de treino.

Até a próxima.

terça-feira, 26 de julho de 2011

OS EFEITOS DO TREINAMENTO MENTAL NA APRENDIZAGEM/APERFEIÇOAMENTO DO LADO NÃO DOMINANTE NOS FUNDAMENTOS DO FUTEBOL DE CAMPO

Os esportes coletivos evoluíram muito ao longo dos anos. Esta realidade fez com que sua prática exija um padrão motor e uma demanda energética de seus praticantes muito próxima do alto rendimento, tanto em escolinhas como em equipes amadoras. No futebol este fato está presente de maneira muito forte e cada vez mais sua prática exige recursos técnicos e físicos de seus praticantes. O presente estudo teve por objetivo verificar a influência da prática mental no aperfeiçoamento dos fundamentos de passe e chute a gol do futebol de campo com o lado não dominante do corpo, em praticantes de 15 a 17 anos. Para isto, foi selecionada uma amostra composta por 20 membros do projeto de futebol Impacto Vivo, todos com preferência pelo lado direito para praticar o esporte. A amostra foi dividida em dois grupos (experimental e controle) e foram testadas nos fundamentos de chute e passe propostos em quatro tipos de situações (passe com bola parada, passe com bola em movimento, chute com bola parada, chute com bola em movimento), onde foram avaliados através do desempenho em acertar a bola através do fundamento proposto no local de maior pontuação (entre cones nos fundamentos de passe e nos ângulos superiores no fundamento de chute), antes da intervenção (pré-teste) e após a intervenção (pós-teste), tendo como variável de controle as médias atingidas por cada grupo em cada situação. Durante a intervenção foi ensinado ao grupo experimental a realização do treinamento mental, onde os sujeitos do grupo foram instruídos a realizarem o treinamento momentos antes de executarem a habilidade e logo após esta execução. Para a validação dos resultados, foi realizado um tratamento estatístico (teste t para amostras independentes) e adotado um nível de significância de 5% (p≤ 0,05). Os resultados alcançados mostram que o grupo experimental obteve melhores médias após a intervenção com a prática mental, sendo este aumento mais significante nos fundamentos de passe e chute com bola em movimento, podendo assim afirmar que a intervenção do treinamento mental teve um efeito positivo no desenvolvimento dos fundamentos e este efeito foi mais em uns do que em outros.

Palavras chave: treinamento mental. Bilateralidade. Futebol.

Trabalho de conclusão de curso realizado pelo meu colega de trabalho no Avaí F.C, Daniel Carlin Ramos, formado em Educação Física e atualmente treinador das categorias sub 11 e sub 13 no clube citado anteriormente.
Para acessar o conteúdo completo do TCC favor enviar um email ou deixar um comentátio na postagem.


quinta-feira, 30 de junho de 2011

EXEMPLO DE SESSÃO DE TREINO NA PROGRESSÃO ESTRUTURAL


Quero com essa postagem exemplificar uma sessão de treino dentro da metodologia da progressão estrutural na busca de clarear o que havia exposto em outras publicações.
O objetivo do treino será treinar alguns elementos táticos fundamentais, como a passagem (ultrapassagem), tabela, triangulação e o cruzamento.
Esses exercícios poderão ser aplicados nas categorias sub 13 e posteriores, e salvo algumas especificidades os três primeiros momentos com a categoria sub 11 e, até mesmo uma adaptação do momento 4 (em maior grau o lado direito).
MOMENTO 1 e 2

No lado direito da figura (momento 1), aplica-se um exercício de simples execução em 4x0 + G, onde após a bola circular por todos realiza-se dois fundamentos táticos básicos que é a passagem e o deslocamento em ‘X’. No lado esquerdo da figura (momento 2), é introduzido jogadores das respectivas posições em cada função (laterais, volantes e meias) e similarmente ao anterior em um 6x0 + G, realiza-se um circulação de bola, entretanto há dois fundamentos táticos a mais, a tabela e a bola lançada pelo meia para o lateral chegar no fundo e cruzar. Destaca-se que em ambos os momentos, o fundamento do cruzamento está sendo executado.

MOMENTO 3

 Pode se observar em ambos os lados da figura que o que é sugerido agora são variações dos momentos 1 e 2. Basicamente, coloca-se os zagueiros realizando a oposição em 4x2+ G e em seguida 6x2 + G.

MOMENTO 4 E 5

Agora temos uma complexidade aumentada em ambos os lados da figura, no lado direito (momento 4) podemos observar um exercício em 6x3 + G onde, os jogadores com a cor marrom são os atacantes que vão fazer a disputa na área contra os defensores. Os fundamentos táticos aplicados são os mesmos que anteriormente. No lado esquerdo (momento 5) o numero de elementos envolvidos é maior, 8x3 + G, mas novos fundamentos táticos são introduzidos, a entrada do lateral em diagonal gerando uma triangulação com o meia conduzindo (linha com bolas)e tabelando com o atacante (jogador marrom) para cruzar.
É claro que em todos esses exercícios deve-se demonstrar as movimentações que cada jogador deverá executar (ex: ficar na sobra ou realizar um cobertura ofensiva). Principalmente no momento 5 as movimentações tem que estar bem sincronizadas  para não sobrecarregar a defesa e aglomerar jogadores em certos espaços.

CONTINUA…

segunda-feira, 20 de junho de 2011

CURSO SOBRE NOVAS TÊNDENCIAS PARA O TREINAMENTO NAS MODALIDADES DE FUTEBOL E FUTSAL

Na semana de 06 à 11 de junho aconteceu a XII semana de Educação Física CDS/UFSC nas dependências do Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina. Na terça feira dia 07 eu (Paulo Cesar do Nascimento) e meu amigo e companheiro de trabalho na Avaí FC, Marcelo Baldi (preparador físico – sub 15), estivemos ministrando um mini-curso que dá titulo a essa postagem.

O objetivo do curso foi debater sobre as metodologias mais recentes e as mais utilizadas para o treinamento nas modalidades coletivas e defender o uso da periodização tática e dos princípios táticos de jogo no treinamento do futebol e futsal.

Buscamos mostrar conceitos básicos sobre esta proposta de trabalho e demonstrar aplicações práticas principalmente nas categorias de iniciação no futebol, onde estamos atuando profissionalmente, o sub 11, 13 e 15. O professor Marcelo abordou principalmente os aspectos referentes ao sub 15. Conforme o vídeo abaixo.

Dessa forma, eu abordei mais os aspectos referentes a iniciação nas modalidades sub 11 e sub 13, assuntos que vou destacar nas próximas postagens.


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ney Franco visita a Ressacada - Coordenador técnico de base da Seleção Brasileira conheceu a estrutura do Avaí

O coordenador das categorias de base e técnico da Seleção Brasileira Sub-20, Ney Franco, passou o dia na Ressacada nesta sexta-feira, dia 3, acompanhado do presidente João Nilson Zunino. A visita começou pelos projetos de ampliação do estádio e da construção do novo Centro de Treinamento. Ney Franco conheceu também os camarotes e Área Vip da Ressacada e gostou do que viu. “Impressionante a estrutura do Avaí. Chama a atenção o luxo e conforto dos camarotes. O Avaí hoje é um dos clubes mais modernos e estruturados do Brasil”.


Após o tour pela Ressacada, o treinador recebeu das mãos do presidente um kit especial do Avaí e uma camisa personalizada. O presidente João Nilson Zunino destacou a importância da visita. “O Ney é um excelente profissional que tem as portas abertas aqui na Ressacada. Sempre é importante receber a visita da CBF, afinal, ela é a instituição gestora do nosso futebol. Precisamos estar em contato contínuo”.

No período da tarde, Ney Franco se reuniu com todos os treinadores da categoria de base do Avaí para discutir a relação dos clubes com a Confederação Brasileira de Futebol no que se refere à formação e preparação dos atletas. O encontro ocorreu na sala da presidência do clube. Ao final do dia, o coordenador de base da CBF acompanhou o treino do time principal no CFA e atendeu os jornalistas presentes
Não costumo fazer esse tipo de postagem, mas acredito que essa notícia é importante para sabermos o "caminho que estamos seguindo". Com certeza foi uma reunião mais política onde o Ney Franco falou sobre as pretensões da CBF quanto o trabalho com as categorias de base no Brasil e a formação dos selecionados de cada categoria. Se a idéia tornar verdade realmente, a intenção é formar seleções mais democráticas dando oportunidade para os atletas de clubes que estão fora dos chamados grandes centros. Atitude louvável. Quando questionei o nosso atual coordenador das categorias de base do Brasil se haveria alguma metodologia que seria tomada como norma para o trabalho, ele disse que não: “o Mano Menezes apenas exigiu uma linha de defesa composta por quatro atletas, no mais cada treinador terá liberdade para trabalhar na forma que acreditar ser mais ideal”. 

quinta-feira, 19 de maio de 2011

ÍNDICES FISIOLÓGICOS E NEUROMUSCULARES ASSOCIADOS À CAPACIDADE DE SPRINTS REPETIDOS EM JOGADORES UNIVERSITÁRIOS DE FUTEBOL


INTRODUÇÃO
Recentemente, muita atenção tem sido dada aos mecanismos fisiológicos determinantes da fadiga da capacidade de sprints repetidos (CSR) em atletas de futebol. Entretanto, pouco se sabe, ainda, sobre a relação da CSR com índices neuromusculares (de potência muscular) e, principalmente, no que se refere à especificidade dos protocolos de avaliação destes últimos.

OBJETIVO
Verificar a associação entre índices fisiológicos de aptidão física (VO2max, vVO2max, vOBLA e Lacmax) e neuromusculares de potência muscular (SJ, CMJ e SH) com a CSR em atletas de futebol.

METODOLOGIA
Vinte e seis atletas de futebol (tabela 1) realizaram os seguintes protocolos: a) testes de saltos verticais: squat jump (SJ) e salto contra movimento (CMJ); b) salto horizontal (SH); c) teste incremental máximo em esteira rolante para a identificação das variáveis de potência (VO2max e vVO2max) e capacidade aeróbia (vOBLA); e d) teste de CSR de Rampinini et al., (2007) para a identificação do melhor tempo (MT), tempo médio (TM), percentual de diminuição da performance (PD) e capacidade anaeróbia lática (Lacmax).


Para a análise estatística, foram utilizados o teste de Shapiro-Wilk, correlação linear de Pearson e a escala modificada de Hopkins (2002) para classificar  o grau de associação (trivial, small, moderate, large, very large, nearly perfect and perfect) entre as variáveis fisiológicas e neuromusculares com a CSR. Foi adotado p ≤ 0,05 em todas as análises.

RESULTADOS
Entre os índices fisiológicos, verificou-se uma correlação moderada da vOBLA com o TM (r = -0,44; p < 0,05) e do Lacmax com o PD (r = 0,47; p < 0,05) (tabela 2). Entre os índices neuromusculares, verificou-se uma correlação muito alta do SH com o MT (r = -0,73; p < 0,01) e alta do SH com o TM (r = -0,69; p < 0,01) e do CMJ com o MT e TM (r = -0,54 e r = -0,62; p < 0,01), respectivamente (tabela 2).



CONCLUSÃO
Os resultados do presente estudo demonstram que, em jogadores universitários de futebol, a CSR está mais associada aos índices neuromusculares de potência muscular (SH e CMJ) do que aos índices fisiológicos de aptidão física (VO2max, vVO2max, vOBLA e Lacmax). Além disso, o protocolo de SH parece ser o mais específico em relação a predição do desempenho de CSR. Estes resultados sugerem que para melhorar a CSR, em jogadores de futebol treinados, maior ênfase deve ser dada ao treinamento de força e potência muscular.

Este trabalho foi fruto da monografia do meu amigo e colega de trabalho Marcelo Baldi,  formado em Educação Física na UFSC e atual preparador físico da categoria sub 15 do Avaí FC. O resumo aqui postado foi publicado anteriormente e o TCC na íntegra  está em fase de preparação para ser publicado como artigo. 
Para entrar em contato com o Marcelo, enviar email para marcelo_baldi@hotmail.com

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Atividade de treino no modelo de progressão estrutural: Princípios defensivos de contenção e cobertura.

A partir do que havia postado em artigos anteriores, gostaria de acrescentar aqui um exemplo de atividade dentro da metodologia da progressão estrutural para ilustrar melhor o que vinha sendo discutido.

Com o entendimento de alterar o número de elementos e variáveis (n° de jogadores, tamanho do campo, regras da atividade, etc) de uma forma didática para que os atletas alcancem um entendimento lógico do objetivo a ser alcançado no planejamento surge à proposta dessa metodologia.

Quero propor um exercício onde o objetivo da unidade de treino são os princípios táticos de contenção e cobertura defensiva em uma atividade que progride de 2x2 para um 4x4.


Atividade de progressão estrutural segmentada com zonas forte e débil de jogo. Proporciona ao atleta a noção do espaço de jogo e os setores onde está espaço de jogo efetivo. O campo do exercício está dividido em três partes: Na zona A e B joga-se 2x2, os jogadores não podem trocar seus setores, mas a bola pode circular de um lado ao outro normalmente. A partir do momento que o quarteto que ataca invade a zona C joga-se 4x4 normalmente com exceção do número de toques na bola e de passes limitado para efetivar as jogadas de finalização (ex: 3 toques na bola e 4 passes).

Atividade que possibilita um trabalho específico de contenção e cobertura defensiva, assim como de organização defensiva e ofensiva. Ainda a movimentação sem bola e iniciação ao apoio ofensivo.

VOLTAMOS AO ASSUNTO EM ARTIGOS POSTERIORES.


quarta-feira, 13 de abril de 2011

Modelo de planejamento dentro da periodização dos princípios de jogo

Quero postar no artigo de hoje umas das formas que adotei para planejar a periodização dos princípios táticos de jogo no futebol. É claro que fica só como exemplo e não como modelo a ser seguido, mas dentro de minha ideologia de trabalho, procurando abordar os conceitos e conteúdos que são necessários para o treinamento.


1º TRIMESTRE 14/03/11 á 06/05/11

OBJETIVO PRINCIPAL: Abordagem do sistema tático 4-4-2

Macrociclo 1/ micro de introdução 1.a de 14/03 á 25/03

Objetivos: Tópicos sobre posicionamento, manutenção da posse de bola e linhas de passe.
Princípios de jogo: contenção e cobertura defensiva
Setores: corredores (alas)
Situações de jogo: Contra-ataque.

Macrociclo 1/ micro de aperfeiçoamento 1.b de 28/03 á 08/04

Objetivos: Tópicos sobre linhas de passe, apoio ofensivo, desestabilizar a defesa adversária.
Princípios de jogo: cobertura ofensiva, infiltração
Setores: corredores (alas)
Situações de jogo: Superioridade numérica.

Na próxima postagem vamos desfragmentar cada conteúdo e forma como eles serão abordados.

domingo, 27 de março de 2011

A periodização através dos princípios de jogo e da progressão estrutural


         Na ultima postagem comecei um assunto que particularmente acho muito interessante e têm sido assunto de diversos debates entre os estudiosos do futebol e dos esportes coletivos. Para dar continuidade a essa questão vou abordar sobre outro tema que ainda não é tão conhecido, mas no meu modo de ver está interligado com a temática da periodização tática, tal conteúdo trata-se da progressão estrutural.
         Tenho encontrado alguns autores que abordam sobre a progressão estrutural e vejo que há uma tendência dentro dos que são adeptos da periodização tática a trabalhar com esta metodologia, mesmo de forma indireta. Ainda assim, não está totalmente claro como e de que maneira está forma de trabalho deve ou será utilizada.
         Posso aqui citar alguns autores que pude ler nos últimos tempos e que tratam do assunto, tais como Javier Sampedro em seu livro fútbol sala – las acciones del juego, Jesus Velasco Tejada e Javier Lorente na publicação fútbol: entrenamiento base em fútbol sala e; Antonio Cruz Cárdenes com o livro Fútbol: análisis Del juego. Como podemos observar todos os citados são espanhóis, os quais ao meu modo de ver são uma leitura indispensável, por sinal admiro muito o trabalho realizado na Espanha nessa área.
         Para introduzir tal tema, posso dizer que tenho trabalho de tal forma e procura realizar meu planejamento, seja mensal, semanal ou anual, utilizando a progressão estrutural. Utilizo esta metodologia dentro da sessão de treino, no microciclo e; com uma abordagem mais abrangente no macrociclo.
         A progressão estrutural nada mais é que diminuir os elementos envolvidos na atividade, e ir introduzindo estes conforme a complexidade do jogo vai surgindo como objetivo. Ou seja, planejam-se atividades que começam sem oposição (1x0, 2x0, etc) e depois coloca-se oposição em igualdade numérica ou superioridade numérica (1x1, 2x2, 2x1, 3x1, etc). Vale lembrar que o numero de elementos (jogadores) envolvidos deve progredir do menor para o maior até o jogo formal (11x11, no caso do futebol). Isto é importante, pois quanto maior o numero de elementos mais difícil será aprendizagem e assimilação dos princípios de jogo. Desta forma, como o objetivo do micro ou macro será tais princípios, o inicio das atividades com um numero menor de elementos facilitará a aquisição do que foi objetivado.
         Com a progressão estrutural, conforme o nível de aquisição do grupo de atletas, será aumentada a complexidade, ou seja, o aumento de jogadores envolvidos nas atividades de acordo com cada objetivo do planejamento.


Retornaremos e este assunto em artigos posteriores.