O treinamento no modelo de jogos reduzidos pode alcançar uma intensidade de exercício adequada para melhorar tanto o condicionamento específico de modalidades intermitentes (testes de campo), como variáveis aeróbias, assim como o VO2max e os limiares de transição fisiológica (DA SILVA et al., 2011).
Alguns estudos encontrados na literatura científica investigaram métodos específicos a partir de jogos reduzidos no futebol e os efeitos nas qualidades físicas da modalidade (DRUST; REILLY, 2000; REILLY; GILBOURNE, 2003; IMPELIZZERI et al., 2006).
Impelizzeri et al. (2006) compararam o efeito do treinamento de jogos reduzidos com o modelo de corrida intervalada de alta intensidade (4 séries de 4 minutos a 90 % a 95 % da FCmáx com recuperação ativa de 3 minutos para ambos os métodos), duas vezes por semana em jogadores adolescentes de futebol. Este trabalho demonstrou que o treinamento no modelo de jogos reduzidos realizado nessa intensidade da FCmáx (90% a 95%) proporcionou melhoras na capacidade e potência aeróbia dos atletas de forma similar ao método de corrida intervalada. Dessa forma, constata-se que é possível encontrar faixas de intensidades de esforço durante os jogos reduzidos que possibilitem o treinamento nos diferentes domínios fisiológicos (moderado, pesado e severo), para melhorar o condicionamento aeróbio e a performance dos atletas (BANGSBO, 1994; DRUST; REILLY, 2000; REILLY; GILBOURNE, 2003; HILL-HAAS et al., 2011).
Adicionalmente, com a utilização desse método as habilidades técnicas e táticas são envolvidas e treinadas em condições similares dos jogos, ou seja, um treinamento específico do esporte que promove uma efetiva transferência ao ambiente competitivo (BANGSBO, 1994; HILL-HAAS et al., 2011). Assim, a preparação física deve ser baseada na realização de exercícios específicos da modalidade, visto que os mesmos resultarão em modificações anatômicas e fisiológicas que se relacionam as necessidades da mesma (DA SILVA et al., 2011).
Por fim, esse tipo de treinamento parece ser uma alternativa eficiente para aprimorar a performance aeróbia em esportes coletivos, ativando grupos musculares que são requeridos durante os jogos (IMPELIZZERI et al., 2006), tendo benefícios tais como: reproduzir as demandas de movimentação, intensidade fisiológica e a técnica requerida para jogar uma partida (HILL-HAAS et al., 2011; DA SILVA et al., 2011).
Referências
BANGSBO, J. Fitness training in football – A scientific approach. Baegsvard: H+O Storm, 1994.
DA SILVA, C. D.; IMPELLIZZERI, F. M.; NATALI, A. J.; DE LIMA, J. R. P.; BARA-FILHO, M. G.; SILAMI-GARCIA, E.; MARINS, J. C. B. Exercise intensity and technical demands of small-sided games in young Brazilian soccer players: effect of number of players, maturation, and reliability. Journal of Strength Condition Research, 2011, in press.
DRUST, B.; REILLY, T.; CABLE, N. T. Physiological responses to laboratory based soccer-specific intermittent and continuous exercise. Journal of Sports Science, v. 18, p. 885-892, 2000.
HILL-HAAS, S. V.; DAWSON, B.; IMPELLIZZERI, F. M.; COUTTS, A. Physiology of Small-Sided Games:Training in Football. Sports Medicine, v.41, n. 3, p.199 – 220, 2011.
IMPELLIZZERI, F. M.; MARCORA, S. M.; CASTAGNA, C.; REILLY, T.; SASSI, A.; IAIA, F. M.; RAMPININI E. Physiological and performance effects of generic versus specific aerobic training in soccer players. International Journal Sports Medicine, v.27, n. 6, p.483–492, 2006.
REILLY, T.; GILBOURNE, D. Science and football: a review of applied research in the football codes. Journal of Sports Science, v. 21, p. 693-705, 2003.
Muito Bom professor PC!!!
ResponderExcluirEsse estudo ajudará muito nos treinamenos com equipes de Futsal.
Obrigado!
Muito bom o Post professor!
ResponderExcluirEste tipo de treinamento é de extrema importância pois o atleta que está iniciando a modalidade passa a entender melhor o jogo, passa a ter mais contato com a bola, melhorando vários aspectos físicos, técnicos e táticos.
É sem dúvida a uma ótima forma de treinamento tanto nas categorias de base, como no profissional.
Mais uma vez parabéns pela postagem e pelo blogo!
Abraço!
Prof. Raphael Costa