INTRODUÇÃO
Recentemente, muita atenção tem sido dada aos mecanismos fisiológicos determinantes da fadiga da capacidade de sprints repetidos (CSR) em atletas de futebol. Entretanto, pouco se sabe, ainda, sobre a relação da CSR com índices neuromusculares (de potência muscular) e, principalmente, no que se refere à especificidade dos protocolos de avaliação destes últimos.
OBJETIVO
Verificar a associação entre índices fisiológicos de aptidão física (VO2max, vVO2max, vOBLA e Lacmax) e neuromusculares de potência muscular (SJ, CMJ e SH) com a CSR em atletas de futebol.
METODOLOGIA
Vinte e seis atletas de futebol (tabela 1) realizaram os seguintes protocolos: a) testes de saltos verticais: squat jump (SJ) e salto contra movimento (CMJ); b) salto horizontal (SH); c) teste incremental máximo em esteira rolante para a identificação das variáveis de potência (VO2max e vVO2max) e capacidade aeróbia (vOBLA); e d) teste de CSR de Rampinini et al., (2007) para a identificação do melhor tempo (MT), tempo médio (TM), percentual de diminuição da performance (PD) e capacidade anaeróbia lática (Lacmax).
Para a análise estatística, foram utilizados o teste de Shapiro-Wilk, correlação linear de Pearson e a escala modificada de Hopkins (2002) para classificar o grau de associação (trivial, small, moderate, large, very large, nearly perfect and perfect) entre as variáveis fisiológicas e neuromusculares com a CSR. Foi adotado p ≤ 0,05 em todas as análises.
RESULTADOS
Entre os índices fisiológicos, verificou-se uma correlação moderada da vOBLA com o TM (r = -0,44; p < 0,05) e do Lacmax com o PD (r = 0,47; p < 0,05) (tabela 2). Entre os índices neuromusculares, verificou-se uma correlação muito alta do SH com o MT (r = -0,73; p < 0,01) e alta do SH com o TM (r = -0,69; p < 0,01) e do CMJ com o MT e TM (r = -0,54 e r = -0,62; p < 0,01), respectivamente (tabela 2).
CONCLUSÃO
Os resultados do presente estudo demonstram que, em jogadores universitários de futebol, a CSR está mais associada aos índices neuromusculares de potência muscular (SH e CMJ) do que aos índices fisiológicos de aptidão física (VO2max, vVO2max, vOBLA e Lacmax). Além disso, o protocolo de SH parece ser o mais específico em relação a predição do desempenho de CSR. Estes resultados sugerem que para melhorar a CSR, em jogadores de futebol treinados, maior ênfase deve ser dada ao treinamento de força e potência muscular.
Este trabalho foi fruto da monografia do meu amigo e colega de trabalho Marcelo Baldi, formado em Educação Física na UFSC e atual preparador físico da categoria sub 15 do Avaí FC. O resumo aqui postado foi publicado anteriormente e o TCC na íntegra está em fase de preparação para ser publicado como artigo.
Para entrar em contato com o Marcelo, enviar email para marcelo_baldi@hotmail.com
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