Autores: Paulo Cesar do Nascimento; Juliano
Fernandes da Silva; Priscila
Cristina dos Santos; Luiz Guilherme antonacci Guglielmo.
INTRODUÇÃO
A relação entre aptidão aeróbia e a
capacidade de sprints repetidos (CSR - sprints máximos com duração <10s
e com intervalo <60s) – (GIRARD et al., 2011) tem sido demonstrada na
literatura (SILVA et al., 2011). Contudo, a duração dos estímulos e o tempo de
recuperação entre os sprints parecem apresentar influência nesta associação
(GIRARD et al., 2011). Dessa forma, o objetivo deste estudo foi verificar se a
capacidade (segundo limiar ventilatório - LV2) e a potência aeróbia (consumo
máximo de oxigênio – VO2max; Pico de velocidade – PV) estão
relacionadas com a CSR a partir de um teste com sprints longos (~10s) e
recuperação longa (~60s) em jogadores amadores de futsal.
MATERIAIS
E MÉTODOS
Participaram deste estudo 15 atletas amadores de
futsal (idade 21,9 ± 6,1 anos; estatura 178,3 ± 6,2 cm; massa 75,1 ± 9,8 kg, %
de gordura 13,8 ± 3,7 %) que realizaram um teste incremental de rampa para
determinar o LV2, VO2max e o PV e; o teste de capacidade de CSR para
determinar o melhor tempo (MT), tempo total (TT) e o índice de fadiga (IF) calculado
da seguinte forma: [100* (TT/MT *6)] - 100. O teste de rampa em esteira iniciou
na velocidade de 6,0
km.h-1 com incrementos de 0,5 km.h-1 cada 30s até
exaustão voluntária. Os dados coletados respiração a respiração (COSMED, Quark)
foram colocados em médias de 15 s. Avaliou-se o comportamento do volume de gás
carbônico expirado (VCO2) plotado versus o oxigênio inspirado (VO2)
(método V-slope) e, os equivalentes
ventilatórios de O2 (VE/VO2) e do CO2 (VE/VCO2)
plotados versus o tempo para encontrar o LV2. A maior média de 15 s foi
considerada o VO2max. O PV foi considerado a maior velocidade
atingida durante o teste. O teste de CSR consistiu de seis sprints de 40 m com
mudança de sentido de 180º a cada 10 m e recuperação passiva de 60 s entre cada
sprint. Antes da realização do teste os atletas executaram um aquecimento
padronizado com diferentes deslocamentos, alongamentos e alguns sprints curtos
com duração de 15 minutos. Os tempos
foram obtidos por meio de um par de fotocélulas (Speed test, CEFISE 4.0) e
durante todo o teste a frequência cardíaca (FC) foi mensurada por meio de um
frequêncimetro (Polar). No final do teste foram coletadas amostras de sangue
capilar (25 µL) do lóbulo da orelha nos minutos três e cinco para verificar as
concentrações de pico do lactato sanguíneo ([La]). As amostras foram
armazenadas em microtubos (Eppendorff) contendo 50 μL de solução de NaF 1% e armazenado em gelo. A análise foi
realizada por intermédio de um analisador bioquímico (YSI 2700, modelo Stat
Select). As análises estatísticas foram
realizadas no programa SPSS versão 17.0. Os dados são apresentados em média ±
desvio padrão (DP). Foi utilizado o teste Shapiro Wilk para verificar a
normalidade dos dados (n < 50) e a correlação linear de Pearson para
verificar as possíveis correlações entre as variáveis. Nível de significância
adotado de 5 %.
RESULTADOS
E DISCUSSÃO
Os valores encontrados durante os testes de
rampa para o LV2, VO2max e PV foram 14,1 ± 0,9 Km.h-1;
57,2 ± 4,8 ml.kg.min-1 e; 17,9 ± 1,2 Km.h-1,
respectivamente. Os valores de performance obtidos durante o teste de CSR foram
os seguintes: MT = 9,46 ± 0,25 s; TT = 58,34 ± 2,90 s; IF = 1,67 ± 0,70 %. A FC
final do teste de CSR foi 170 ± 9 bpm. As [La] foram 10,5 ± 2,4 m.mol.L-1.
As correlações entre os índices de capacidade e potência aeróbia com as
variáveis de performance do CSR estão apresentadas na tabela 1. O MT mostrou ter uma correlação moderada com o
PV, porém todas as outras variáveis de capacidade de sprints repetidos não
mostraram associação com a aptidão aeróbia. Ainda, quando se analisou as
possíveis relações dos tempos (MT e TT) e o IF com a FC final e as [La], apenas o IF demonstrou
correlação com a FC final (r = 0,56; p = 0,02).
CONCLUSÕES
Apesar de alguns estudos terem
encontrado relação entre aptidão aeróbia e a capacidade de sprints repetidos,
estes foram evidenciados com sprints de menor duração, bem como uma maior recuperação
em comparação ao presente estudo. Desta forma, como não houve relação entre a
aptidão aeróbia e a capacidade de sprints repetidos de ~10 s e recuperação de
~60 s, esta parece ser dependente da duração e recuperação dos sprints.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos atletas do estudo pela
participação na pesquisa, aos membros do LAEF pelo auxílio na coleta de dados e
a CAPES pelo apoio financeiro.
ABRAÇOS A TODOS, FIQUEM COM DEUS, UM FELIZ NATAL E UM ABENÇOADO ANO NOVO! ATÉ A PRÓXIMA...
REFERÊNCIAS
Girard O et
al. Sports Med, 41(8):673-694, 2011.
Silva JF et al. Rev Bras Cineantropom Desempenho
hum, 13(5):384-391, 2011.
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