quarta-feira, 16 de outubro de 2013

EFEITO DE QUATRO SEMANAS DE TREINAMENTO DE SPRINTS REPETIDOS SOBRE OS ÍNDICES FISIOLÓGICOS DE JOGADORES DE FUTSAL

Daiane Wormer, Paulo Cesar do Nascimento, Pablo Aguires, Francimara Budal Arins, Luiz Guilherme Antonacci Guglielmo.

Introdução: A capacidade de repetir sprints (RSA), especialmente os desempenhados com mudanças de sentido, parecem ser uma estratégia eficiente para desenvolver alguns dos marcadores fisiológicos para os esportes coletivos e, pode ser adotado como um modelo de treinamento para melhorar o desempenho dos jogadores de futsal.

Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos do treinamento de sprints repetidos (RSA) sobre os índices fisiológicos de capacidade e potência aeróbia e performance anaeróbia em jogadores de futsal.
Materiais e métodos: Quatorze jogadores (16,7 ± 0,5 anos, 68,5 ± 6,6 kg, 176,6 ± 4,5 centímetros e 10,1 ± 4,0% de gordura) foram divididos em dois grupos: intervenção (n = 8) e controle (n = 6). Ambos os grupos realizaram os seguintes testes antes e depois de quatro semanas de treinamento: 1) capacidade de sprints repetidos (RSA) proposto por Baker et al. (1993);


2) teste incremental intermitente de campo (TCAR) proposto por Carminatti et al. (2004).

 O grupo controle manteve a rotina de treinos estabelecida pela comissão técnica e o grupo RSA foi submetido ao protocolo de sprints repetidos (3 séries de 6 x 40 m com mudança de sentido a cada 10 m, recuperação passiva de 4 min entre as séries e 20 s entre os sprints) duas vezes por semana. A análise de variância ANOVA mixed-model foi utilizada para verificar as diferenças sobre o tempo e entre os grupos. Valor de p < 0,05. O effect-size foi utilizado para caracterizar a significância prática das diferenças.

Resultados: Não foi observada interação significativa (tempo vs. Grupo) para as variáveis analisadas. Porém, em relação ao tempo houve diferença significante (p < 0.01) nos dois grupos para a velocidade do ponto de deflexão da frequência cardíaca obtida durante o teste incremental e para o pico de lactato e o índice de fadiga no teste RSA. Ainda, a efetividade do treinamento baseado no RSA foi observado pela magnitude do effect-size em algumas variáveis (ver tabela).

Conclusões: Concluiu-se que o período de quatro semanas de treinamento de RSA foi capaz de aumentar a capacidade aeróbia, bem como a capacidade anaeróbia lática. Entretanto, sugere-se a realização de novas pesquisas com diferentes períodos de intervenção para verificar a efetividade do método de treinamento.

Por hoje era isso pessoal! Fiquem com Deus e até a próxima.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

IDENTIFICAÇÃO DOS LIMIARES DE TRANSIÇÃO FISIOLÓGICA POR MEIO DAS TROCAS GASOSAS PULMONARES: UMA COMPARAÇÃO DE MÉTODOS

Paulo Cesar do Nascimento
Anderson Santiago Teixeira
Juliano Fernandes da Silva
Ricardo Dantas de Lucas

Luiz Guilherme Antonacci Guglielmo

Introdução: A identificação dos limiares de transição fisiológica (LTF1 e LTF2) e dos domínios de intensidade de esforço durante o exercício é de grande importância para a avaliação e prescrição do treinamento. Entre os diferentes métodos, a análise das trocas gasosas pulmonares é um procedimento comumente utilizado por não necessitar de coleta de sangue.

Objetivo: O objetivo do presente estudo foi verificar se existe diferenças entre duas metodologias visuais e analisar a concordância entre o método do V-slope (BEAVER et al., 1986) com a análise dos equivalentes ventilatórios (DAVIS, 1985).

Metodologia: Foram avaliados 10 atletas de futsal (idade 16,2 ± 0,8 anos; estatura 174,8 ± 4,8 cm; massa corporal 67,4 ± 2,0 kg) em um teste de rampa em esteira iniciando na velocidade de 6,0 km.h-1 com incrementos de 0,5 km.h-1 cada 30s até exaustão voluntária para determinação dos LTF e do consumo máximo de oxigênio (VO2max). Os dados coletados respiração a respiração (COSMED, Quark) foram colocados em médias de 15s. Avaliou-se o comportamento do volume de gás carbônico expirado (VCO2) plotado versus o oxigênio inspirado (VO2) (método V-slope) e, os equivalentes ventilatórios de O2 (VE/VO2) e do CO2 (VE/VCO2) plotados versus o tempo (método dos limiares ventilatórios). A maior média de 15s foi considerada o VO2max. Dados em média ± DP. Foi utilizado o teste Shapiro Wilk para testar a normalidade e o teste t para amostras pareadas para verificar as possíveis diferenças. Nível de significância adotado de 5%.

Resultados: Os valores de VO2max e da máxima velocidade aeróbia atingida durante o teste de rampa foram  57,67 ± 5,44 ml.kg.min-1 e 17,1 ± 1,1 km.h-1, respectivamente. Os valores médios de velocidade e do consumo de O(VO) associado ao LTF1 e LTF2 determinado pelos diferentes métodos, bem como os valores de correlação dos LTF estão apresentados na tabela. Não foram encontradas diferenças significantes (p > 0,05) entre os limiares obtidos nos diferentes métodos e, observaram-se correlações de moderadas a alta para os respectivos pares na identificação da transição fisiológica.

Conclusão: Conclui-se que não há diferença entre os métodos para identificação visual dos limiares de transição fisiológica no presente estudo. Dessa forma, é viável a utilização de ambas as metodologias para a verificação mais fidedigna do fenômeno com a devida cautela considerando o tamanho e a especificidade da amostra.