Autor: Anderson Santiago
Teixeira
Orientador: Luiz
Guilherme Antonacci Guglielmo
A
potência aeróbia máxima é considerada uma variável importante para o desempenho
competitivo de jogadores de futebol. A escolha e seleção de testes válidos e
fidedignos são recomendados para uma boa avaliação da potência aeróbia máxima.
O teste T-CAR foi recentemente validado para predição da potência aeróbia
máxima e o PV apresentou alta reprodutibilidade em jogadores adultos jovens
(sub-20). No entanto, na faixa etária de 10-13 anos ainda não foi investigada a
reprodutibilidade, e sabe-se que o estado maturacional pode influenciar
diretamente o desempenho em testes físicos, como o T-CAR.
Portanto, o objetivo
deste estudo foi verificar a reprodutibilidade do PV e FCmax determinado no
T-CAR e a influência da maturação biológica sobre a performance de jogadores de
futebol de 10 a 13 anos durante a realização do T-CAR. Participaram do estudo
37 adolescentes jogadores de futebol (12,5±1,1 anos, 43,4±11,1 kg, 152,2±10,8
cm, 16,68±4,60 % de gordura).
Inicialmente os atletas realizaram o teste T-CAR
para determinação do pico de velocidade (PV) e frequência cardíaca máxima
(FCmax) em dois momentos diferentes. O T-CAR possui multi-estágios de 12s de corrida
de ida e volta com pausas de 6s, velocidade inicial de 9,0 km.h-1
(incrementos de 0,6 km.h-1 a cada 90 segundos). Posteriormente, em outro
dia, os atletas realizaram as avaliações de maturação sexual e esquelética no
hospital para determinação dos estágios de Tanner e idade esquelética,
respectivamente.
Foi
empregada a análise descritiva (média e desvio-padrão), seguido do teste de Shapiro-Wilk
para verificar a normalidade dos dados. A análise de variância ANOVA oneway
foi utilizada para comparar a diferença entre os valores de PV e as
variáveis referentes à antropometria e maturação biológica dos atletas
classificados nos diferentes estágios maturacionais esqueléticos, seguido do
teste post-hoc de Tukey. Para verificar a reprodutibilidade do PV e FCmax
foram utilizados o coeficiente de correlação intraclasse (CCI), erro típico de
medida (ETM), coeficiente de variação do ETM (ETMCV).
O PV obtido no
T-CAR não apresentou diferenças significativas entre os grupos maturacionais
(14,4±0,7 vs. 14,7±1,1 vs. 14,3±0,9 km.h-1, para
o grupo atrasado, normal e adiantado, respectivamente). Além disso, não houve
diferença significativa para os valores de PV (14,2±1,0 vs. 14,4±1,1 km.h-1;
p>0,05) e FCmax (201±9
vs. 203±10
bpm;
p>0,05) entre a situação de teste e reteste, assim como encontrou-se
correlações alta e muito alta para os valores de FCmax (r=0.67) e PV (r=0.85)
obtidos no T-CAR, respectivamente.
Esses resultados destacam que o teste de
campo T-CAR é reprodutível para avaliação da aptidão aeróbia de atletas de
futebol no início da adolescência (10 a 13 anos) e que a performance no T-CAR
não é influenciada pela maturação biológica, apresentando desta forma,
implicações relevantes para detecção de jovens atletas talentosos.
Para mais informações deixe seu comentário! Fiquem com Deus e até a próxima!