domingo, 27 de março de 2011

A periodização através dos princípios de jogo e da progressão estrutural


         Na ultima postagem comecei um assunto que particularmente acho muito interessante e têm sido assunto de diversos debates entre os estudiosos do futebol e dos esportes coletivos. Para dar continuidade a essa questão vou abordar sobre outro tema que ainda não é tão conhecido, mas no meu modo de ver está interligado com a temática da periodização tática, tal conteúdo trata-se da progressão estrutural.
         Tenho encontrado alguns autores que abordam sobre a progressão estrutural e vejo que há uma tendência dentro dos que são adeptos da periodização tática a trabalhar com esta metodologia, mesmo de forma indireta. Ainda assim, não está totalmente claro como e de que maneira está forma de trabalho deve ou será utilizada.
         Posso aqui citar alguns autores que pude ler nos últimos tempos e que tratam do assunto, tais como Javier Sampedro em seu livro fútbol sala – las acciones del juego, Jesus Velasco Tejada e Javier Lorente na publicação fútbol: entrenamiento base em fútbol sala e; Antonio Cruz Cárdenes com o livro Fútbol: análisis Del juego. Como podemos observar todos os citados são espanhóis, os quais ao meu modo de ver são uma leitura indispensável, por sinal admiro muito o trabalho realizado na Espanha nessa área.
         Para introduzir tal tema, posso dizer que tenho trabalho de tal forma e procura realizar meu planejamento, seja mensal, semanal ou anual, utilizando a progressão estrutural. Utilizo esta metodologia dentro da sessão de treino, no microciclo e; com uma abordagem mais abrangente no macrociclo.
         A progressão estrutural nada mais é que diminuir os elementos envolvidos na atividade, e ir introduzindo estes conforme a complexidade do jogo vai surgindo como objetivo. Ou seja, planejam-se atividades que começam sem oposição (1x0, 2x0, etc) e depois coloca-se oposição em igualdade numérica ou superioridade numérica (1x1, 2x2, 2x1, 3x1, etc). Vale lembrar que o numero de elementos (jogadores) envolvidos deve progredir do menor para o maior até o jogo formal (11x11, no caso do futebol). Isto é importante, pois quanto maior o numero de elementos mais difícil será aprendizagem e assimilação dos princípios de jogo. Desta forma, como o objetivo do micro ou macro será tais princípios, o inicio das atividades com um numero menor de elementos facilitará a aquisição do que foi objetivado.
         Com a progressão estrutural, conforme o nível de aquisição do grupo de atletas, será aumentada a complexidade, ou seja, o aumento de jogadores envolvidos nas atividades de acordo com cada objetivo do planejamento.


Retornaremos e este assunto em artigos posteriores.

domingo, 20 de março de 2011

A periodização através dos princípios de jogo

 Quero com esse artigo compartilhar minhas idéias sobre realizar um planejamento através dos princípios de jogo. Como tenho feito em minha lógica de trabalho e, similarmente (não da mesma forma) como muitos treinadores e estudiosos do futebol, principalmente os portugueses, tem feito com a periodização tática. 
A intenção é determinar os princípios táticos a serem trabalhados durante o período de tempo que será trabalhado, com o objetivo de periodizar tais princípios no planejamento para serem treinados e alcançados. Em síntese, coloca-se os princípios táticos como objetivos de cada microciclo. Depois de serem determinados quais princípios queremos e vamos trabalhar durante o ano, dividimos eles entre os macros até chegar aos princípios que serão objetivos em cada micro. Na verdade no meu modo de ver e trabalhar, para cada micro há um objetivo maior que está diretamente ligado ao objetivo do macrociclo, dentro destes objetivos, entre outros, estarão os princípios táticos a serem alcançados.
Além dos princípios táticos, teremos os sub princípios, setores de campo, situações de jogo, etc. Voltaremos a este assunto em outras postagens.

terça-feira, 8 de março de 2011

RELAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL COM ÍNDICES DE CAPACIDADE E POTÊNCIA AERÓBIA EM JOGADORES DE FUTSAL Parte 2


Devido às características intermitentes do futsal, seus praticantes realizam esforços máximos com pequenos períodos de recuperação ativa, exigindo dos jogadores um tempo expressivo de sustentação na potência aeróbia máxima e uma relativa ativação da capacidade anaeróbia (SOARES; TOURINHO FILHO, 2006). Entretanto, ainda torna-se necessário que os atletas possuam uma capacidade aeróbia aprimorada, podendo assim manter a performance durante a partida (ÁLVAREZ; ÁLVAREZ, 2003; SOARES; TOURINHO FILHO, 2006).
            A massa corporal excedente, provocada pelo maior acúmulo de tecido adiposo, denominada de massa corporal inativa, acarretará maior dispêndio energético, dificultando o processo de recuperação pós-esforço (CYRINO et al. 2002). Outro fator complicador seria o baixo peso corporal em função da deficiência de massa insenta de gordura comprometendo o desempenho, a medida que, a maximização de massa isenta de gordura favorece aos esportes que exigem força, potência e resistência muscular, a exemplo o futsal (SILVA ; SILVA, 2004).
Dessa maneira, a composição corporal poderá influenciar o rendimento nos esportes coletivos e intermitentes, determinando os níveis de performance dos atletas de futsal durante os treinamentos e jogos (CYRINO et al., 2002; ÁLVAREZ; ÁLVAREZ, 2003; SILVA; SILVA, 2004).
A identificação do momento no qual ocorre um aumento exponencial das concentrações de lactato sanguíneo [La], permite realizar a predição da performance, o acompanhamento dos efeitos e a prescrição da intensidade de treinamento (DENADAI, 1999). Dessa forma, a velocidade do Onset Blood lactate acumulation (vOBLA) pode ser definida como o momento que ocorre o máximo equilíbrio do organismo no que diz respeito à liberação e a remoção do lactato produzido nos músculos durante o exercício físico (DENADAI, 1999).
Denadai (2000) afirma que o consumo máximo de oxigênio (VO2max)  é o índice fisiológico que melhor representa a potência aeróbia, sendo uma medida da quantidade máxima de energia que pode ser produzida pelo metabolismo aeróbio em uma determinada unidade de tempo e um importante indicativo da intensidade e do ritmo que o atleta pode sustentar frente às ações exigidas pela modalidade.
Entretanto, nos esportes com características intermitentes como o futsal, o VO2max não determina isoladamente a performance, visto que esta modalidade apresenta características descontínuas, intercalando exercícios de diferentes intensidades, elevando a solicitação do metabolismo anaeróbio, assim como diferentes períodos de recuperação (ÁLVAREZ; ÁLVAREZ, 2003).
Assim, para um aprimoramento da prescrição do treinamento no futsal, bem como, alcançar um melhor desempenho durante os jogos, torna-se necessário estudos que relacionem fatores de composição corporal com índices indicadores de performance aeróbia.


OBs: Esse artigo na integra foi publicado nos anais do Fórum internacional de esportes de 2010 e teve como co-autores Francimara Budal Arins, Luiz Guilherme Antonacci Gugliemo e Anderson Teixeira, sendo que, qualquer parte deste texto já foi publicada e não deve ser usada para o mesmo fim. Quem quiser receber uma cópia do artigo completo deixe um comentário com o contato que terei todo o prazer de enviar.