Depois de certo tempo em “ofline” digamos assim, com outros artigos como a divulgação do curso para treinadores e a entrevista com o treinador da Unochapecó (Eder Popiolski), gostaria de voltar ao caráter mais científico do blog, o qual é o objetivo principal deste. O assunto é particularmente intrigante para mim, pois quando estava tendo aulas em Portugal na Universidade do Porto, e o professor João Brito da disciplina de futebol dissertava sobre os princípios básicos do futebol eu refletia: Esses princípios são aplicáveis em certa medida ao futsal! Pois bem, já havia escrito a primeira reflexão sobre o assunto e agora quero dar continuação ponderando sobre dois dos princípios defensivos: CONTENÇÃO E COBERTURA DEFENSIVA.
O Futsal, sendo um jogo de constantes movimentações, acaba por ter em diferentes lugares e em vários momentos a aplicação destes dois princípios concomitantemente. Na nossa modalidade em questão, diferente do futebol, os atletas devem ser universais, ou seja, desempenhar ou ter a capacidade de exercer diferentes funções ou posições no diferentes momentos de uma partida (ÁLVAREZ et al., 2008). Dessa forma, o jogador está a todo tempo dentro de quadra, atacando e defendo, sem haver o chamado “tempo morto de jogo”. Em termos relativos, a freqüência cardíaca (FC) de jogadores de futsal permanece acima de 85% da FC máxima para 83% do atual tempo de jogo. Esses valores indicam que para mais de 80% do tempo despendido em quadra, o jogo é desempenhado em atividades muito vigorosas. Entretanto, como os períodos de recuperação são curtos e incompletos, a FC raramente fica abaixo de 150bpm, em contraste com outros esportes como o basquete, futebol, rugby e handebol (ALVAREZ et al., 2008).
Dentro desse contexto, nos diferentes momentos em que uma equipe está defendendo-se, os atletas realizam contenção com objetivo de “roubar” a bola do adversário enquanto um de seus companheiros tem a obrigação de “cobri-lo” realizando a cobertura defensiva. Podemos resumir o futsal em uma visão simplista, que é o objetivo de criar superioridade numérica em determinados locais da quadra, tanto enquanto se está defendendo como quando se está atacando. Dessa forma, o 1x1 ganha uma grande importância dentro de uma partida.
Amaral e Garganta (2003), afirmam que, através do 1x1 no Futsal, uma equipe pode rapidamente provocar o desequilíbrio defensivo do adversário no caso do 1x1 ser bem sucedido, mas, em contrapartida, pode também ela ver-se desequilibrada em termos defensivos, se o 1x1 conduzir à recuperação de bola por parte do adversário. Portanto, a partir do 1x1 uma equipe pode criar ou sofrer uma superioridade numérica momentânea durante a partida, o que pode levar a criação de um ataque e/ou contra-ataque bem sucedido por parte de uma das equipes.
Nesse momento ocorre a necessidade de uma cobertura defensiva eficiente para evitar que o adversário conquiste terreno de jogo. A cobertura pode ser feita por um ou mais jogadores, que além de estarem aplicando os outros dois princípios defensivos, equilíbrio e concentração, precisam estar atentos caso a necessidade do auxilio na cobertura. Pois, quando o atleta que exercer a contenção for driblado ou superado pelo adversário por ter realizado uma contenção mal feita, imediatamente o atleta que realizava a cobertura deve estar pronto para realizar a contenção para dar tempo que seu companheiro superado a alguns instantes se recupere e volte a auxiliar na formação defensiva. Por fim, pode ocorrer uma inversão de papéis e funções em determinado momento de jogo, sendo que, o atleta que exercia determinado princípio passa a executar outro, e pode ocorrer uma total inversão de funções bem como a falha de uma delas, que geralmente termina em gol do adversário. Ressalta-se a importância de os atletas estarem prontos para executar mais de um princípio defensivo durante a partida.
CONTINUA...
ÁLVAREZ, J. C. B.; SOTO, V. M.; ÁLVAREZ, V. B.; GRANDA-VERA, J. Match analysis and heart rate of futsal players during competition. Journal of Sports Sciences, v.26,n. 1, p.63-73,2008.
AMARAL, R.; GARGANTA, J. A modelação do jogo em Futsal. Análise seqüencial do 1x1 no processo ofensivo. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto. V.3: p.298–310, 2003.
O Futsal, sendo um jogo de constantes movimentações, acaba por ter em diferentes lugares e em vários momentos a aplicação destes dois princípios concomitantemente. Na nossa modalidade em questão, diferente do futebol, os atletas devem ser universais, ou seja, desempenhar ou ter a capacidade de exercer diferentes funções ou posições no diferentes momentos de uma partida (ÁLVAREZ et al., 2008). Dessa forma, o jogador está a todo tempo dentro de quadra, atacando e defendo, sem haver o chamado “tempo morto de jogo”. Em termos relativos, a freqüência cardíaca (FC) de jogadores de futsal permanece acima de 85% da FC máxima para 83% do atual tempo de jogo. Esses valores indicam que para mais de 80% do tempo despendido em quadra, o jogo é desempenhado em atividades muito vigorosas. Entretanto, como os períodos de recuperação são curtos e incompletos, a FC raramente fica abaixo de 150bpm, em contraste com outros esportes como o basquete, futebol, rugby e handebol (ALVAREZ et al., 2008).
Dentro desse contexto, nos diferentes momentos em que uma equipe está defendendo-se, os atletas realizam contenção com objetivo de “roubar” a bola do adversário enquanto um de seus companheiros tem a obrigação de “cobri-lo” realizando a cobertura defensiva. Podemos resumir o futsal em uma visão simplista, que é o objetivo de criar superioridade numérica em determinados locais da quadra, tanto enquanto se está defendendo como quando se está atacando. Dessa forma, o 1x1 ganha uma grande importância dentro de uma partida.
Amaral e Garganta (2003), afirmam que, através do 1x1 no Futsal, uma equipe pode rapidamente provocar o desequilíbrio defensivo do adversário no caso do 1x1 ser bem sucedido, mas, em contrapartida, pode também ela ver-se desequilibrada em termos defensivos, se o 1x1 conduzir à recuperação de bola por parte do adversário. Portanto, a partir do 1x1 uma equipe pode criar ou sofrer uma superioridade numérica momentânea durante a partida, o que pode levar a criação de um ataque e/ou contra-ataque bem sucedido por parte de uma das equipes.
Nesse momento ocorre a necessidade de uma cobertura defensiva eficiente para evitar que o adversário conquiste terreno de jogo. A cobertura pode ser feita por um ou mais jogadores, que além de estarem aplicando os outros dois princípios defensivos, equilíbrio e concentração, precisam estar atentos caso a necessidade do auxilio na cobertura. Pois, quando o atleta que exercer a contenção for driblado ou superado pelo adversário por ter realizado uma contenção mal feita, imediatamente o atleta que realizava a cobertura deve estar pronto para realizar a contenção para dar tempo que seu companheiro superado a alguns instantes se recupere e volte a auxiliar na formação defensiva. Por fim, pode ocorrer uma inversão de papéis e funções em determinado momento de jogo, sendo que, o atleta que exercia determinado princípio passa a executar outro, e pode ocorrer uma total inversão de funções bem como a falha de uma delas, que geralmente termina em gol do adversário. Ressalta-se a importância de os atletas estarem prontos para executar mais de um princípio defensivo durante a partida.
CONTINUA...
ÁLVAREZ, J. C. B.; SOTO, V. M.; ÁLVAREZ, V. B.; GRANDA-VERA, J. Match analysis and heart rate of futsal players during competition. Journal of Sports Sciences, v.26,n. 1, p.63-73,2008.
AMARAL, R.; GARGANTA, J. A modelação do jogo em Futsal. Análise seqüencial do 1x1 no processo ofensivo. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto. V.3: p.298–310, 2003.